Web Summit: Governo prepara programa com escolas de turismo para orientar nómadas digitais

O Governo português está a preparar um programa com as escolas de turismo do país para acolher e orientar nómadas digitais no território, anunciou esta sexta-feira a secretária de Estado do Turismo.

“Estamos a preparar um programa nas nossas escolas de turismo – temos 12 espalhadas por Portugal – e, basicamente, a ideia é ajudar a decisão destes nómadas digitais, informando sobre as potencialidades do país, qual será a melhor localização para se poderem instalar”, explicou a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, na edição deste ano da Web Summit.

“Se gostam de surf, provavelmente o centro do país, com Peniche e Nazaré, se gostam mais do recato do nosso Alentejo, do nosso Douro, Centro ou dos Açores, também. A ideia é servir de montra de Portugal (…) e facilitar a decisão”, disse Rita Marques aos jornalistas, à margem do painel “A Ascensão do Nómada Digital”.

A governante espera que estas medidas possam atrair “mais nómadas digitais não só para as grandes cidades, mas também para o interior” do país, que “tem potencialidades extraordinárias para viver e trabalhar”.

Na sua intervenção no painel, Rita Marques abordou o que considera serem vantagens do novo regime de entrada de nómadas digitais em Portugal, defendendo a importância de “atrair jovens para Portugal”.

“Temos um problema demográfico, precisamos de trazer pessoas novas, sangue fresco”, afirmou, acrescentando que são um grupo que “pode impulsionar a economia”.

No entanto, sublinhou que este não é um regime dedicado apenas a estrangeiros, mas também a cidadãos portugueses que foram para o estrangeiro. “Precisamos de atrair os portugueses que saíram do país há alguns anos, e quando promovemos nómadas digitais, isso também se aplica a portugueses. Não estamos a vender o país apenas a estrangeiros, mas a portugueses que trabalham em empresas americanas e canadianas e que podem trabalhar a partir de Portugal”, detalhou.

Perante as críticas levantadas por estes programas, que são associados à subida dos preços das casas, Rita Marques disse que o Governo “tem de estar atento e criar políticas públicas que façam sentido”, e deixou portas abertas à possibilidade de os nómadas digitais poderem receber, no futuro, benefícios caso se desloquem para zonas do interior ou menos centrais do país.

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