2024 foi um ano de alerta para o sector hoteleiro. Apesar de as manchetes celebrarem desempenhos recorde, a realidade revelou-se menos glamorosa: as taxas de crescimento estabilizaram e as lacunas de pessoal pressionaram os recursos até ao limite. A indústria está num ponto de viragem. Embora a tecnologia e a automação prometam alívio, muitos hotéis continuam apegados a sistemas obsoletos, receosos da mudança digital.
Em 2025, a eficiência impulsionada pela tecnologia não será apenas uma tendência — será uma estratégia de sobrevivência. Contudo, algumas coisas não mudarão: os hóspedes continuarão a desejar experiências inesquecíveis e os hoteleiros procurarão parceiros tecnológicos que simplifiquem as operações, em vez de as complicar. Para ajudar o seu hotel a navegar por esta evolução contínua e acelerada, destacamos abaixo 11 tendências-chave que moldarão a indústria hoteleira em 2025 e -nos próximos anos.
1. Experiências Unificadas: Integre ou Arrisque Perder
O viajante de hoje exige fluidez entre plataformas. Uma experiência contínua do online para o offline já não é um luxo; é o mínimo esperado. Muitos hotéis continuam a sofrer com sistemas fragmentados e processos de reserva rudimentares. O seu site é o seu motor de reservas. O recado é claro: transforme o percurso digital do seu cliente num processo intuitivo, ou assista aos seus hóspedes a desistir em frustração.
2. Mobile-First: Obrigatório, Não Opcional
Se ainda está a debater a optimização mobile-first, já ficou para trás. As gerações Z e Alpha querem mobile-first design. Com 32% das reservas a serem feitas por smartphones, segundo a TravelPerk, os hotéis que priorizarem o mobile destacar-se-ão em 2025. Desde tempos de carregamento ultra rápidos a ofertas exclusivas para mobile, uma estratégia orientada para dispositivos móveis será essencial para competir.
3. Hiperpersonalização ou Hiperirrelevância
De acordo com a Skift, 74% dos viajantes estão dispostos a partilhar dados para obterem experiências verdadeiramente personalizadas. Mas atenção: a partilha de dados não significa tolerância para personalizações genéricas como e-mails com o nome do cliente ou descontos de aniversário.
Hoje, os hóspedes esperam serviços que antecipem necessidades não expressas. Imagine um hóspede à procura de um hotel para umas férias de “wellness” e o site do hotel, apoiado por machine learning e dados do CRM, propõe automaticamente um pacote com tratamentos de spa, sessões privadas de ioga e óleos essenciais à escolha do cliente. Ao chegar ao hotel? O staff pode concentrar-se em detalhes únicos, como recomendar trilhos de passeios menos conhecidos, e que sãoperfeitos para aquele hóspede.
4. Viagens em Grupo: Famílias, Amigos e “Colegamigos”
As viagens em grupo estão de regresso e mais fortes do que nunca. As famílias procuram reforçar laços, os amigos querem aventuras e os “colegamigos” combinam trabalho e lazer. Segundo o relatório de tendências da Hilton para 2025, 25% dos viajantes corporativos esperam deslocar-se para actividades de team-building. Para 2025, será fundamental responder à procura destes gruposl, bem como criar programas para famílias e, ao mesmo tempo, proporcionar espaços para momentos de colaboração profissional.
5. Preços Baseados em Atributos: Venda Adicional ou Deixe Dinheiro na Mesa
Os hóspedes querem pagar pelas características que realmente valorizam. Segundo o Cornell Center for Hospitality Research, 60% dos hóspedes estão dispostos a pagar mais por atributos específicos — como vistas melhores, check-out tardio ou proximidade de alguns serviços do hotel.. Ao adoptar este modelo, os hotéis não só aumentam as suas receitas, como também entregam experiências personalizadas.
6. Viagens Focadas em Experiências: A Única Forma de Viajar
A verdade é esta: os viajantes de hoje não estão apenas à procura de um lugar para pernoitar — estão em busca de experiências inesquecíveis. De acordo com um inquérito do Expedia Group de 2024, uns impressionantes 70% dos viajantes já priorizam as experiências em detrimento do preço no momento da reserva. Esta mudança exige que os hotéis sejam mais criativos na sua oferta de quartos.
Qual é, então, a estratégia? Os hotéis precisam de estabelecer parcerias com operadores locais para criar itinerários personalizados que destaquem o melhor que a região tem para oferecer. Pense-se em atracções locais imersivas, experiências gastronómicas únicas e actividades culturais ricas. Trata-se de transformar o hotel numa referência para os viajantes movidos por experiências, ávidos por explorar e embarcar em aventuras memoráveis.
7. Automação: O Motor Invisível ou Uma Oportunidade Perdida
Automação é sinónimo de eficiência. Os hotéis que aproveitem esta ferramenta poderão delegar nela as tarefas repetitivas como confirmações de reserva; libertando o staff para se focar em criar momentos memoráveis. Os que continuarem presos a processos manuais perderão tempo e recursos. A diferença entre os dois? Uns prosperam, outros estagnam.
8. O Campo de Batalha: O Checkout Online
Os consumidores exigem transacções rápidas e sem fricções. Alguns estudos indicam que as soluções como o preenchimento automático e carteiras digitais podem aumentar as conversões até 20%. Na era mobile, simplificar o processo de reserva é crucial para evitar abandonos.
9. TikTok e Instagram: Canais de Vendas
Em 2025, TikTok e Instagram serão mais do que redes sociais; serão plataformas de vendas directas. Segundo a Statista, o comércio social representará 17% de todas as transacções digitais em 2025. Para os hotéis, o futuro passa por abraçar estas plataformas como ferramentas de reserva directa.
10. Ansiedade Pré-Reserva: Enfrente-a ou Perca Hóspedes
A ansiedade no momento de reservar viagens é uma realidade comum para muitos viajantes, impulsionada pela oscilação dos preços, preocupações com a disponibilidade e o receio de tomar a decisão errada. Esta incerteza traduz-se numa elevada taxa de desistência ou cancelamentos de última hora, sobretudo em períodos de maior procura, gerando tensão tanto para os hóspedes como para os hotéis. Um relatório da Skift, datado de 2024, revela que 65% dos viajantes enfrentam esta ansiedade antes de concretizarem uma reserva. As OTAs (plataformas de reservas online) têm explorado esta fragilidade dos viajantes ao promoverem opções de reserva reembolsáveis; contudo, esta prática tende a aumentar os cancelamentos, resultando numa quebra média de receitas entre 18% e 30% para os hotéis, além de uma menor capacidade de controlo sobre as reservas e os dados dos clientes.
Para enfrentar estes desafios, os hotéis deverão, cada vez mais, transferir as tarifas reembolsáveis das OTAs para as suas plataformas próprias, aliando esta estratégia à possibilidade de os hóspedes bloquearem tarifas preferenciais com antecedência. Este modelo permitirá aos hotéis lidar de forma mais eficaz com a ansiedade pré-reserva dos consumidores, reforçando, simultaneamente, o desempenho dos seus canais directos.
11. Sustentabilidade: Uma Decisão Concreta?
Embora muitos viajantes manifestem o desejo de viajar de forma mais sustentável, esse entusiasmo tende a diluir-se no emaranhado do planeamento de viagens e, sobretudo, no momento crucial da reserva. Contudo, 2025 poderá ser o ano em que a indústria e os consumidores darão passos significativos rumo a um futuro mais sustentável. Quanto mais informados estiverem os consumidores sobre o impacto que têm no planeta e nas comunidades que visitam, maior será a probabilidade de optarem por alternativas de viagem mais conscientes.
Os hotéis têm de trabalhar em colaboração com os seus hóspedes para posicionar a sustentabilidade como um incentivo atractivo. Iniciativas como a “Hotel for Trees”, que planta uma árvore por cada noite reservada, não só evidenciam o compromisso de um hotel com a sustentabilidade, como também criam uma ligação significativa com os hóspedes que desejam contribuir para um mundo melhor.
2025: Adaptar-se ou Ficar para Trás
Em 2025, a indústria hoteleira dividir-se-á em dois campos: os que abraçam a mudança e os que se debatem, desesperadamente, para recuperar o atraso. O sucesso exigirá decisões audazes, operações mais eficientes e um compromisso inabalável com experiências excepcionais para os hóspedes. Os hotéis que colocarem a inovação no centro da sua estratégia, sem descurar aquilo que realmente importa — encantar os hóspedes — serão os que dominarão o futuro. Os restantes lutarão para permanecer relevantes num mundo que já os deixou para trás.
Num cenário de atenções cada vez mais dispersas e expectativas crescentes, os hotéis que se adaptarem não só sobreviverão, mas também estabelecerão o novo padrão.
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