Receber meias no Natal é uma prática quase “centenária”. Aliás, são as meias o local ideal e tradicional para receber os presentes, penduradas na lareira. Recordo-me de Ricardo Araújo Pereira, num episódio antigo do programa de Stand Up Comedy “Levanta-te e Ri”, afirmar que “adoro receber meias, porque poucas coisas são mais importantes do que manter os pés quentinhos!”.
Nesse sentido, também eu comungo do mesmo princípio de RAP e, tanto no Natal, como em qualquer outro momento festivo propenso a oferendas é, sempre propício dar e receber meias, primeiro porque são de facto práticas e nunca de mais e, segundo, porque como gosto delas coloridas acabam por dar um toque mais jovial e alternativo a qualquer indumentária.
Neste momento, está o leitor a questionar-se se se terá enganado na revista da sua preferência! Não, está no sítio certo e passo a explicar… O turismo tem uma capacidade excecional de surpreender e, muitas vezes, transformar algo simples, em algo único, excecional e importante. No entanto, o ato de viajar tem muito de moda, tendência e “influência”. Num mundo de social media e influenciadores digitais, o “efeito moda” é cada vez mais relevante e os “destinos Instagramaveis”, sim não só foi uma das grandes tendências de 2022, como também “instragrámavel” é já uma palavra que consta no dicionário online Priberam como “que tem características próprias ou ideais para publicação na rede social Instagram (ex.: o hotel tem um ambiente muito instagramável)”, são cada vez mais relevantes.
Em 2023, espera-se por um novo ano de continuação de recuperação do setor do turismo, podendo sofrer algum abrandamento devido às elevadas taxas de inflação ou à perda de algum poder de compra por parte de alguns mercados.
Assim, ocorreu-me, como primeiro artigo para o TNews, enumerar 6 formas surpreendentes como o turismo pode ser mais refrescante do que um par de meias novas.
A primeira é a possibilidade de experimentar diferentes culturas. Viajar por diferentes partes do país e, do mundo, permite que as pessoas mergulhem em novas culturas e obtenham uma compreensão mais profunda de diferentes estilos de vida. Esta pode ser uma experiência revigorante e esclarecedora que pode ampliar as perspetivas de uma pessoa e ajudá-la a apreciar a diversidade do mundo.
Em segundo lugar, a oportunidade de criar memórias duradouras. Viajar para novos lugares e experimentar coisas novas permite muitas vezes criar memórias, que nos irão acompanhar pela vida. Essas memórias podem ser apreciadas e lembradas com carinho, proporcionando uma refrescante sensação de nostalgia e alegria, além de permitirem criar um “road book” digital, nas redes socais, excelente.
Terceiro, viajar pode melhorar a saúde mental. Um estudo recente publicado na Revista Progress in Tourism Management, intitulado “Tourism as a dementia treatment based on positive psychology” demonstra que viajar pode ter um impacto positivo na saúde mental. A combinação de novas experiências, relaxamento e mudança de cenário pode proporcionar uma pausa refrescante do stress e da monotonia da vida quotidiana.
Em quarto lugar, a possibilidade de conhecer novas pessoas. O turismo permite que as pessoas conheçam novas pessoas de todo o mundo, proporcionando oportunidades de amizades, networking e até romance. Isso pode ser uma mudança revigorante em relação aos círculos sociais habituais.
Em quinto lugar, aprender novas habilidades: Viajar para novos lugares pode oferecer oportunidades para aprender novas habilidades, seja experimentar um novo desporto ou aprender um novo idioma. Essas novas experiências podem ser revigorantes e gratificantes.
Em sexto lugar, construir confiança: Viajar para novos lugares pode ser uma experiência desafiadora e, poder superar esses desafios, pode aumentar a confiança e a autoestima. Isso pode ser uma mudança refrescante da rotina familiar da vida cotidiana e dar uma sensação de realização.
O turismo sempre se posicionou com uma indústria diferente, que aproxima e promove a comunhão dos povos, relembrando a promulgação do Código Mundial de Ética do Turismo da Organização Mundial de Turismo (OMT) de 1 de outubro de 1999, na qual se afirma que: “Profundamente convencidos que, pelos contactos diretos, espontâneos e não mediatizados que permite entre homens e mulheres de culturas e modos de vida diferentes, o turismo representa uma força viva ao serviço da paz, bem como um facto de amizade e compreensão entre os povos do mundo”.
Em 2023, que o turismo seja isto e, muito mais, e que todos nós possamos continuar a desfrutar e a contribuir para esta indústria fantástica onde temos o privilégio de trabalhar.
Por Hugo Teixeira Francisco
É co-fundador e Chief Marketing Officer da Portugal Green Travel DMC & Consulting, DNA Travel & Events e Foge Comigo por Portugal. Formador na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra e na Academia Digital do Turismo de Portugal.