Domingo, Janeiro 19, 2025
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ANAV pede Provedor do Cliente próprio e quer stakeholders ouvidos sobre privatização da TAP e SATA

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Miguel Quintas, presidente da Associação Nacional de Agências de Viagens (ANAV) e chairman da Airmet, quer criar a figura de Provedor do Cliente para os seus associados. O pedido foi feito ao secretário de Estado do Turismo esta quinta-feira, dia 21. O responsável defende ainda que todos os stakeholders do setor devem ser ouvidos sobre a privatização da TAP Air Portugal e da Azores Airlines.

Na abertura da 20.ª Convenção da Airmet, que decorre em Angra do Heroísmo, Miguel Quintas começou por referir que “a ANAV surge no mercado porque concorrência faz falta”, visto que “ajuda a crescer o mercado, ajuda a crescer a capacidade de inovação, mas, acima de tudo, o que a concorrência faz é servir melhor os seus clientes”. Trata-se da segunda associação no mercado, apresentando-se como “combativa” e, “para o ser, precisa de conseguir garantir que os seus clientes e os clientes dos seus clientes – as agências de viagens e os clientes finais – sejam bem servidos”.

“Aproveito esta presença para dizer que nós temos um pedido de Provedor do Cliente para a ANAV. Enquanto não estiver oficialmente institucionalizado, não posso revelar o nome, mas é um dos advogados mais bem reputados de Portugal. Seguramente todos conhecerão e, além de ser mediaticamente muito conhecido, é uma pessoa de idoneidade extrema”, revelou o presidente da ANAV durante a sua intervenção, garantindo que “temos uma ANAV preparada para receber dentro dos seus estatutos a figura do Provedor do Cliente”.

Quanto às motivações para a criação deste papel, Miguel Quintas confessou que “a nossa associação congênere possui essa figura e nós sentimos, quando falamos de servir o cliente, que temos uma pistola para concorrer contra uma metralhadora no que toca a garantir os direitos dos clientes finais”.

Stakeholders devem ser ouvidos sobre privatizações

Miguel Quintas defendeu a importância da privatização da TAP e da Azores Airlines, do grupo SATA, o mais rápido possível. Para o chairman da Airmet, é essencial que, “pelo menos, os stakeholders deste setor, incluindo os agentes de viagens, sejam ouvidos naquilo que são as suas necessidades, porque somos nós que enviamos perto de 40% dos clientes para essas duas companhias aéreas”.

Sobre a TAP, o responsável destacou que esta é “seguramente a companhia que todos nós mais reservamos”, possuindo “uma vantagem grande para nós, portugueses, que se chama o hub de Lisboa”. Este é um “ativo conquistado a custo” e que deverá ser mantido em Portugal, segundo Quintas. Não obstante, disse, “também gostaríamos muito de ver uma TAP privatizada, eficiente, que nos permita aumentar as opções de destinos, que nos permita vender mais, mas também que permita garantir que os nossos clientes, no final do dia, sejam bem servidos”.

Quanto à Azores Airlines, “essa privatização parou e é necessário finalizá-la até ao ano de 2025”, sublinhou. “Desejo que o processo inicie rapidamente porque precisamos de uma SATA forte, de uma SATA que faz a ligação dos Açores não só ao continente, mas também a outros continentes, nomeadamente à América do Norte”.

“Uma SATA forte permite que nós, agentes de viagens, consigamos ter mais destinos, consigamos vender mais para os nossos clientes, e consigamos também trazer para Portugal, e Açores incluído, mais clientes”, enfatizou Quintas.

Agências de viagens são “operadores transversais” do setor

Para o chairman da Airmet, “é preciso defender o cliente em primeiro lugar”; no entanto, este serviço é dificultado, disse, pela companhia aérea Ryanair. “É uma questão de transparência, é uma questão de apoio ao nosso cliente final que nos procura, quando fazemos reservas na Ryanair”, frisou. “Falo em específico das agências de viagens do Norte e também do Sul, que se deparam diariamente com problemas de corte de IPs, ou porque o check-in do cliente tem de ser visual”. Para combater esta questão, a ANAV encontra-se “a preparar ou a finalizar” uma ação judicial no Tribunal de Concorrência “justamente para proteger as agências de viagens”.

Miguel Quintas salientou que “as agências de viagens são operadores transversais do setor do turismo”, considerando que são “quase omnipresentes” e um “polo centralizador de toda a atividade turística”. “Nós vendemos aviação, nós vendemos hotelaria, nós vendemos rent-a-car, consumimos serviços terrestres, trazemos pessoas e enviamos pessoas”, justificou.

O presidente da ANAV deixou claro que está “ao lado do Governo e ao lado da tutela”. Acrescentou ainda que, “quando se fala que há turismo a mais, o que nós queremos dizer é que há economia a menos. O turismo representa 20% do PIB. Ninguém com uma capacidade de observação da atividade económica poderá dizer que há turismo a mais com uma dependência de um país de 20%”.

*Viajou para a ilha Terceira a convite da Airmet

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