Domingo, Janeiro 19, 2025
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SET quer Provedor do Cliente único, mais delegados do Turismo e Estatuto do Agente de Viagens “ainda este ano”

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O secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, pretende “sentar à mesa” a APAVT e a ANAV para avaliar a figura do Provedor do Cliente, disse à imprensa, à margem da 20.ª Convenção da Airmet. O governante garantiu que o Estatuto do Agente de Viagens deverá ser aprovado “ainda este ano”, bem como a integração de oito delegados do Turismo de Portugal para mercados internacionais emergentes.

O secretário de Estado do Turismo esteve presente na sessão de abertura da 20.ª Convenção da Airmet, que decorre em Angra do Heroísmo, de 21 a 24 de novembro. Pedro Machado começou por reiterar que, em 2024, Portugal “seguramente vai ultrapassar todos os indicadores e metas que algum dia conquistou”, com “mais de 30 milhões de turistas internacionais e mais de 27 mil milhões de euros de receitas”.

“Não faz sentido termos dois Provedores do Cliente de agentes de viagens”, diz SET

Aos jornalistas Pedro Machado informou que esta quinta-feira, dia 21, recebeu do presidente da Associação Nacional de Agências de Viagens (ANAV) e chairman da Airmet, Miguel Quintas, a manifestação de criar um Provedor do Cliente para as suas agências, à semelhança da figura que a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) tem perante as suas associadas.

O secretário de Estado do Turismo adiantou que planeia “sentar à mesa” a APAVT e a ANAV para discutirem a questão, pois “provavelmente não faz sentido termos dois Provedores do Cliente de agentes de viagens”.

Questionado sobre o estado atual do Estatuto do Agente de Viagens, o governante disse que “foi feito um texto, que foi já validado em sede de Secretaria de Estado e está neste momento na Assembleia da República”. “Espero que o grupo parlamentar do PSD ainda este ano possa fazer, validar e aprovar esse objetivo do Dia Nacional dos Agentes de Viagens em Portugal”, adiantou Pedro Machado. “Seguramente que até ao final do ano espero ter esse objetivo alcançado”.

Turismo de Portugal alarga-se a oito novos delegados para mercados internacionais

O secretário de Estado do Turismo referiu que está “previsto alargar até oito novos delegados do Turismo de Portugal”, nomeadamente nos Estados Unidos, no México e “possivelmente” na Austrália. “Estamos a falar de mercados que consideramos que podem ser emergentes”, sublinhou.

A medida, que consta na proposta do Orçamento de Estado, tem como objetivo alargar a rede de delegados, “aumentando a pressão da marca Portugal nesses mercados internacionais”.

Sobre o mercado asiático, Pedro Machado afirmou: “temos agora ligação direta com a Coreia [do Sul], nomeadamente com Seul, e estamos a querer reforçar com outros países também na Ásia”. Em particular, destacou o Japão, que “é um dos mercados que já tem um delegado, mas que podemos eventualmente vir a reforçar”, especialmente em antecipação à Expo 2025 Osaka, onde “Portugal quer estar muito forte”.

Portugal está também “a olhar para África, sobretudo com os PALOP”. De acordo com o governante, “se virmos quais são os dez países do mundo que mais vão crescer nas próximas duas décadas, oito são em África”.

“Para já, estamos a reforçar a nossa presença através dos protocolos com Angola, Cabo Verde, São Tomé, que são países onde as escolas de Portugal e o programa Revive têm sido solicitados; estes são dois dos temas que estão na gênese dos protocolos para os países de língua oficial portuguesa”, disse.

Projeto de 2,5M€ para formar mil imigrantes no setor deverá arrancar em 2025

Durante o seu discurso na abertura dos trabalhos da 20.ª Convenção da Airmet, Pedro Machado frisou que “o problema dos recursos humanos em Portugal não é um problema recente, tem décadas”, defendendo que é da responsabilidade do domínio público “criar os instrumentos que possam ajudar a resolver esse problema e, mais do que isso, a conquistar níveis elevados de serviço”.

Foi neste seguimento que foi criado o programa de apoio ao setor do turismo, assente na formação de imigrantes e refugiados. A medida, uma das 60 apresentadas no Acelerar a Economia, tem como objetivo “formar, num tempo recorde [entre cerca de 60 a 90 dias, «no limite»], cerca de mil pessoas”. “Até ao final deste ano”, o Governo planeia lançar “o processo para que a formação possa arrancar no início de 2025”.

“O Turismo de Portugal tem uma dotação de 2,5 milhões de euros, através da sua rede de escolas, em que vamos formar no mínimo mil pessoas, numa parceria com a Confederação do Turismo, para que a formação que fazemos a montante tenha ligação direta com a colocação desses trabalhadores diretamente nas empresas”, disse. Já a Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) ficará responsável pela “seleção desses imigrantes para virem fazer a formação nas escolas do Turismo de Portugal”.

“Estamos a fazer protocolos com Cabo Verde, Angola, São Tomé e Timor. Fizemos recentemente protocolos com o Uruguai, que olha para nós como uma escola de formação interessante e quer colocar os seus alunos. Recentemente, na WTM, a própria vontade da Arábia Saudita de também poder contribuir e ter cá formação para os seus quadros”, detalhou o governante.

“Numa última publicação, a 14 de novembro, o saldo da contribuição destes imigrantes para a segurança social portuguesa é de mais de 2 mil milhões”, sublinhou Pedro Machado. “Por um lado, estamos a captar mão de obra que ajuda Portugal e, simultaneamente, a ter contribuintes líquidos que no saldo final, entre aquilo que muitos recebem pelos programas de integração e aquilo que pagam por força da sua atividade profissional, é francamente sublime”.

Estratégia 2035: Sessões de discussão terminam na próxima semana

As sessões de discussão para a Estratégia 2035 terminarão na próxima semana, com a última a decorrer na segunda-feira, dia 25, no Algarve. Esta será apresentada formalmente no mês de fevereiro.

“Seria difícil não dizer que era um balanço positivo”, começou por referir Pedro Machado, quando questionado sobre as sessões de discussão. “Olhando só para os números, tivemos a última sessão, que foi no Centro, com 608 pessoas presentes no auditório de Aveiro. O Porto teve mais de 400 pessoas no auditório”.

Para o governante, isto demonstra “a capacidade de mobilização e de atração em relação àquilo que é a definição da nova estratégia do que é que queremos que Portugal seja em 2035”. Além disto, trata-se de uma “avaliação crítica” do que foi feito até ao momento, sendo que, “em 2024 superámos todos os objetivos que Portugal tinha traçado para [a Estratégia] 2027, em receitas, em dormidas, em turistas”.

Por fim, Pedro Machado destacou a importância de trazer “os novos desafios” para a agenda governativa. “Veja-se o caso de Portugal: a questão dos recursos hídricos, a questão do envelhecimento e da demografia, a questão do aparecimento e daquilo que é hoje decisivo da inteligência artificial e tantas outras. Algumas já estavam na Estratégia 2027, como a questão da sustentabilidade e os 17 ODS, e a questão da definição dos produtos turísticos”, afirmou.

A Estratégia 2035 passará pelo “alargamento de Portugal para novos mercados e o aparecimento de mercados emergentes”; pela “definição e avaliação dos riscos que vive a atividade do turismo, nomeadamente a percepção pública sobre aquilo que representa a pegada do turismo”; e por “aquilo que representa a falta de mão de obra e onde é que Portugal pode e deve alavancá-la”.

*Viajou para a ilha Terceira a convite da Airmet

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