A Airmet já atingiu o total de 501 agências de viagens associadas. O diretor geral Luís Henriques e o chairman Miguel Quintas deixaram claro à imprensa que “o objetivo é, em 2025, sermos líderes em termos de número de agências”, à margem da convenção anual do grupo.
O ano de 2024 revelou-se “estimulante”, começou por dizer Luís Henriques este sábado, dia 23, num encontro com jornalistas durante a 20.ª Convenção da Airmet, que reúne cerca de 450 participantes em Angra do Heroísmo. “Crescemos mais de cem agências e atingimos o número de 501 agências de viagens. Acabámos o ano passado, salvo erro, com 386”, avançou.
A nível comercial, Luís Henriques ressalva que “não é fácil medir números na nossa área”, mas referiu que “as vendas subiram muito”. Todos os operadores premium “cresceram bastante” e o aumento das vendas foi superior a 40% em alguns casos, disse.
“Em comparação com 2022 e 2023 tivemos o dobro dos rappéis pagos à rede e acreditamos que, em 2024, esse valor ainda crescerá mais – não só pelo próprio nível de contratação, que, sendo rappel por ponto de venda e não por grupo, faz com que os percentuais de rappel que temos sejam mais elevados do que os da concorrência, mas também acredito que o direcionamento, o aumento de vendas e o aumento orgânico da própria rede fazem com que esses valores aumentem”, explicou Luís Henriques.
Este ano a Airmet observou o interesse crescente de “agências com alguma dimensão, que estavam noutros grupos,” em integrar a rede de gestão devido às “condições comerciais que garantimos à partida”, indicou o diretor geral. “Em determinados operadores, estamos com condições bastante mais agradáveis do que a concorrência”.
Alcançado e ultrapassado o marco das 500 agências de viagens, Luís Henriques frisou que “o objetivo é claramente, em 2025, sermos líderes em termos de número de agências”. Ao longo dos anos, o grupo de gestão tem “reduzido muito o gap com o principal concorrente”, registando um crescimento “avassalador” entre 2020, com um total de 263 agências, e 2024, com 501.
A isto Miguel Quintas acrescentou que “o querer ser o número um por si só é uma consequência; o meio é o que interessa”. Para o chairman, é necessário trazer “mais qualidade, mais serviço e mais valor acrescentado para as nossas agências de viagens”. Os atuais resultados “demonstram claramente que somos o grupo de gestão que mais cresce”, defendeu. “A nossa métrica é, pelo menos, crescer a rentabilidade das agências de viagens em 20%. Para o ano queremos crescer ainda mais este número”.
Estratégia da Airmet mantém-se apesar das ondas de mudança
Com a saída de Luís Henriques do cargo de diretor geral no dia 31 de dezembro deste ano, Miguel Quintas garantiu que “a estratégia da Airmet não muda e mantém-se”, ainda que “a parte tática eventualmente poderá diferir porque diz respeito ao gestor”. O chairman reconheceu que, com quase cinco anos de liderança, a gestão de Luís Henriques foi “muito marcada pela mudança de paradigma da Airmet”, nomeadamente com a adoção do novo modelo de contratação assente no direcionamento das vendas.
Rui Alberto, que desempenhava funções de country manager para Angola na Travelstore, foi anunciado, no dia 13, como o novo diretor geral da Airmet. Sobre o sucessor de Luís Henriques, Quintas afirmou que “queria uma pessoa com um perfil diferente, mas com a capacidade de atingir os objetivos estratégicos”, admitindo que “os primeiros momentos vão ser momentos de adaptação”.
Trata-se de “uma extensão de um novo patamar, mas suportado por uma proximidade permanente do Luís, que não só vai pertencer ao conselho consultivo da Airmet, como estará no processo de transição também para a nova direção”. Luís Henriques irá manter-se também no conselho de administração da Airventure, a solução para agências de viagens corporate do grupo.
Os ventos de mudança também passam pelo seio da Airventure, com a saída de João Fernandes do cargo de Acting General Manager, anunciada no passado dia 18. “Neste momento, a gestão é assegurada pelo conselho de administração. Temos um objetivo, temos um espaço a dar e, em breve, haverá novidades. No fundo, queremos profissionalizar a Airventure. Acontecendo isto, temos outros patamares que queremos atingir e será já no ano de 2025”, disse Miguel Quintas.
Formação e segmento corporate são apostas para 2025
Para o próximo ano, a Airmet terá um foco reforçado na formação dos seus agentes de viagens, estando em desenvolvimento uma iniciativa em parceria com o Turismo de Portugal e com recurso a fundos comunitários, revelou Miguel Quintas. “Espero que, no ano de 2025, com o apoio do Estado que nós estamos a trabalhar e com o apoio de uma organização externa com quem estamos a trabalhar, lançaremos um trabalho muito agressivo dentro do mercado nacional para a formação, que pode inclusive até extravasar o setor da Airmet”, disse à imprensa.
Além disto, a Airventure será “um caso sério para falar durante o ano 2025”, acredita o chairman. Lançada em janeiro de 2023, a organização para agências do segmento corporativo conta com 11 sócios e 15 balcões atualmente, não tendo atingido o objetivo previsto de 20 associados para o final deste ano.
“Temos a plena consciência de que o número que tínhamos traçado inicialmente não é o número que atualmente temos”, disse Miguel Quintas, que considera que, “dadas as condições do mercado, até é um bom resultado porque o corporate atravessa momentos muito difíceis”, como a queda de vendas “brutal”, a dificuldade na contratação de pessoal e “a necessidade de não viajar tanto fruto das novas tecnologias”.
Apesar de a abertura oficial da 20.ª Convenção da Airmet ter ocorrido na passada sexta-feira, dia 22, o evento foi antecipado um dia para os agentes de viagens da Airventure. “Iniciámos os trabalhos no dia 21 com uma reunião de sócios, que durou cerca de hora e meia”, contou Luís Henriques. “Aproveitámos a presença de todos, que eram cerca de 80 pessoas entre sócios e colaboradores, para ter as apresentações das companhias aéreas”, estando presente sete no total.
“É um modelo que gostaríamos de manter porque é a forma que nos garante ser muito competitivos no mercado corporate”, acrescentou o diretor geral. Estas agências participaram ainda no jantar oficial da convenção, onde marcaram presença o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, e a secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral.
Compra da DIT pela Ávoris é “fator de preocupação altíssimo”
Miguel Quintas comentou também a aquisição da DIT Gestión pela Ávoris Corporación Empresarial. “Recebemos a notícia de que a autoridade de concorrência espanhola está para aprovar a compra de um grupo concorrente, que está presente em Portugal e também em Espanha, por um grande grupo económico. O poder de um grupo vertical daquela dimensão comprar uma rede em Portugal, que é concorrente direta da Airmet e de outros grupos de gestão, é um fator de preocupação altíssimo”, alertou.
O chairman da Airmet questiona em particular “o que é que quer este grupo económico fazer no setor da distribuição, como é que vai concorrer com os grupos existentes, e que tipo de potencial conflito económico e estratégico poderá surgir para os grupos atuais de agências de viagens”. Para Quintas, “as agências de viagens portuguesas, as independentes e as demais, têm de dar uma resposta a isto”.
Airmet de mãos dadas com a W2M na BTL
A Airmet contará com uma área de 72 metros quadrados na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), o que significa um aumento de 50% do espaço em relação aos anos anteriores, de acordo com Luís Henriques. “Temos vindo a aumentar gradualmente o nosso espaço de ano para ano porque a nossa presença é muito importante para as nossas agências de viagens”, disse.
O diretor geral detalhou ainda que estarão presentes cerca de 18 agências, o que representa uma “participação ainda maior” nesta edição. “As agências da Airmet estarão a maioria no stand da W2M [World2Meet]”, que será o maior expositor privado do pavilhão 4, acrescentou.
*Viajou para a ilha Terceira a convite da Airmet