Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), manifestou esta sexta-feira, dia 6, a sua preocupação relativamente à “banalização das taxas turísticas, sobretudo a medida que foi introduzida em Lisboa, este mês”, afirmando que a mesma “não foi suficientemente debatida, nem calculada sobre o destino a dar”.
O responsável falava no almoço da AHP em Lisboa, que contou com a presença de Pedro Reis, Ministro da Economia.
“A banalização das taxas turísticas é um sinal errado”, começou por dizer o presidente da associação, considerando que as taxas cobradas pelos municípios aos turistas não têm sido suficientemente debatidas. “Além disso, não tem sido devidamente escalpelizado o destino a dar a estas receitas”, destacou.
“Estamos num momento em que sinais errados podem ser contraproducentes para esta atividade económica”, referiu, afirmando que o turismo tem sido fundamental para o bom desempenho da economia portuguesa.
“Em 2019, quando a taxa turística foi aumentada para dois euros, o argumento foi para fazer transferências para freguesias para estas mitigarem os efeitos do turismo e, em simultâneo, para a construção de um centro de congressos. De facto, as transferências aconteceram, mas o centro de congressos não”, frisou. Recorde-se que, desde a criação da taxa turística, em 2016, já foram arrecadados mais de 200 milhões de euros pelo município de Lisboa.
Ainda na ocasião, Bernardo Trindade aproveitou para fazer uma pequena referência sobre o dossier da TAP, que foi recentemente reinaugurado. “Relativamente à reabertura do capital da TAP, é fundamental assegurar o interesse estratégico nacional. Devemos olhar para este dossier não só seguindo os interesses do turismo, mas tendo a noção daquilo que representa para o nosso país”, enfatizou.
