Durante o mês de agosto, o TNews lança “Conversas de Verão”, uma rubrica descontraída que dá a conhecer o lado mais pessoal dos profissionais do turismo. Em pequenas entrevistas, falamos de destinos de sonho, malas de férias e memórias marcantes — sempre com o objetivo de valorizar quem faz o setor acontecer.
Com Miguel Andrade | Diretor-geral de Operações da PHC Hotels
Que destino escolheria para umas férias sem pensar em trabalho?
Nacional – Ilha da Madeira: A Madeira tem tudo o que procuro para desligar: natureza exuberante, autenticidade, boa gastronomia e hospitalidade genuína. Gosto especialmente das levadas e da floresta Laurissilva — há algo de profundamente regenerador naquele verde. Consegue-se fazer praia e caminhada no mesmo dia, e isso, para mim, é luxo.
Internacional – Maldivas e Quénia: As Maldivas são, para mim, o maior exemplo do que são verdadeiras férias. Não há pressa, não há ruído — apenas mar, luz e tempo para ler. O Quénia representa o seu oposto complementar: contacto com a natureza no estado mais cru, autenticidade cultural e uma nova perspetiva sobre o essencial. São dois destinos que me obrigam a abrandar — mas cada um à sua maneira.
O que não pode faltar na sua mala de férias?
Sou pragmático. Levo o que funciona:
- T-shirts e calções para o dia;
- Ténis confortáveis — gosto de andar, explorar;
- Um bom par de calças e camisas para o jantar;
- Um casaco leve — porque há sempre uma noite mais fresca;
- E um chapéu. Sempre. Faz parte da minha mala como se fosse um ritual.
Que livro ou filme sobre viagens mais o marcou?
“Welcome Mr. Chance”. É um filme que não fala diretamente de viagens, mas é, no fundo, uma viagem interior. A forma como o protagonista é interpretado pelos outros, o contraste entre o que é dito e o que é compreendido — tudo isso me faz pensar na forma como nos relacionamos com o mundo e com os outros quando estamos fora do nosso contexto habitual. Gosto disso nas viagens: obrigam-nos a observar.
Tem alguma memória de uma viagem que correu mal? O que aprendeu com essa experiência?
Tenho duas que me ficaram cravadas na memória.
Numa perdi um voo intercontinental com várias ligações a seguir. Um autêntico pesadelo. Aprendi que, por mais que a agenda aperte, é preferível deixar espaço entre voos do que comprometer toda uma cadeia logística.
Noutra, durante férias em família — seis pessoas — perdemos o voo por estarmos todos no lounge, a descansar e a ler. A porta fechou mesmo à nossa frente. Foi caótico. Mas rimo-nos disso hoje. São essas histórias que depois alimentam os jantares.
Se pudesse inventar o resort ou hotel ideal, como seria?
Seria de montanha. Nada de torres ou volumes altos — apenas estruturas de madeira, de um piso, em total harmonia com a paisagem. Quero silêncio, trilhos bem sinalizados, um pequeno spa com vista, lareiras ao fim do dia e um restaurante onde o produto local dita a ementa. A palavra-chave seria descompressão. Criar um espaço onde as pessoas possam reconectar-se com o que realmente importa, sem distrações. Sem pressa.
Se é profissional do turismo e quer participar na rubrica “Conversas de Verão”, envie o seu contributo respondendo a estas cinco perguntas para cmonteiro@tnews.pt.






