Christine Trévidic
Estamos a pouco mais de dois meses do final do ano e ainda há “estrada para andar” num caminho que não é apenas feito de retas.
Se a melhoria nos acessos tornou mais fácil para os viajantes chegarem aos seus destinos, a tecnologia é a “via rápida” que tem ajudado a reduzir custos, a aprimorar a eficiência operacional e melhorar os serviços e a experiência do cliente.
A evolução constante é uma premissa fundamental em qualquer setor, e o setor de Hospitality não é exceção. Melhorar a qualidade dos serviços é essencial para atender às crescentes expectativas dos hóspedes e permanecer competitivo. Hoje, as reservas são feitas através de um digital device e os clientes podem optar pela realidade virtual se quiserem ter uma compreensão mais clara do que vão encontrar – trabalha-se muito na diminuição do gap expetativa vs realidade. Nos quartos, a utilização de colunas inteligentes e a possibilidade de controlar os vários dispositivos, permitem fazer-se pesquisa e controlo por voz. Se tivermos dúvidas ou quisermos mais indicações, podemos falar com um chatbot, que responderá às perguntas mais comuns sem necessitar da intervenção humana. A tecnologia de reconhecimento usa a biometria para autenticações sem problemas, favorecendo os processos dos hotéis e as compras dos clientes, e os pagamentos contactless oferecem inúmeras vantagens. A tecnologia tem sido “amiga” dos hoteleiros.
Se falarmos dos robôs – entramos claramente numa “estrada” cheia de bifurcações – e pensarmos que estes podem desempenhar funções de limpeza, como aspirar o chão e eliminar sujidades e bichos (!), quase podemos respirar de alívio porque, muito embora se trate de tarefas básicas, são trabalhos duros e difíceis, e muitas vezes menosprezados. Depois, os robots não tiram férias, não ficam “de baixa”, trabalham 24/7, só que…têm de estar bem programados, ser bem supervisionados, por humanos! O tempo que ganhamos é facilmente bem empregue em novas tarefas ou, por exemplo,
dedicado à criatividade, imaginação e inspiração, para que continuemos a fazer com que a indústria da hospitalidade se mantenha de sucesso com base nos princípios fundamentais da sua origem – a arte de bem receber.
No final do dia, curvas e contracurvas levam-nos pelo caminho que escolhemos, e o que nos faz percorrer várias vezes a mesma estrada é saber que o destino não desilude. Que é como quem diz, não são as ferramentas utilizadas para fornecer o serviço. É o produto, não a tecnologia, que define a
experiência do hóspede. Os hóspedes lembram-se não apenas do padrão de serviço, mas da hospitalidade extraordinária que os faz sentir-se bem-vindos e apreciados. Sejam robots, gadgets ou outros dispositivos, estão lá para ajudar na prestação de um serviço continuamente excelente, e para facilitar o acesso a um produto distinto.
Por: Christine Trévidic
Diretora de Marketing Dom Pedro Hotels & Golf Collection e Professora no ISCSP/ULisboa