O ministro da Economia do Mar, António Costa Silva, afirmou esta terça-feira, dia 28, que é “preciso encontrar um equilíbrio entre a resolução do problema da habitação e as expetativas que foram criadas ao nível do alojamento local”.
Em resposta às críticas do setor do turismo às limitações impostas ao Alojamento Local no pacote de medidas apresentadas pelo Governo para responder à crise da habitação, António Costa Silva, afirmou que o processo está em discussão e que é preciso “encontrar um equilíbrio entre a resolução do problema da habitação, que é absolutamente fulcral no nosso país, e também as expectativas que foram criadas ao nível do alojamento local”. O ministro, que falava à margem da primeira edição da VisitPortugal Conference, que acontece esta terça-feira, em Lisboa, afirmou estar preocupado “sobretudo com as zonas fora das grandes áreas metropolitanas, onde muita gente investiu as suas mais-valias”.
O ministro admitiu que possa haver uma mudança nas medidas anunciadas, mediante a discussão pública que se segue. “O Governo tem sempre uma perspectiva humilde de estar em interação com os cidadãos e afinar calibrar as medidas que venham a ser tomadas”.
Costa Silva participou na abertura da conferência, na qual referiu que o Governo vai “continuar a trabalhar com a nossa grande instituição, o Turismo de Portugal, para promover o país nos mercados externos”.
No entanto, questionado sobre um possível aumento de verbas para a promoção externo, o ministro disse apenas que “as verbas já estão designadas, vamos ver como é que o ano corre, temos sempre ações de promoção que estão em desenvolvimento, é isso que também explica a continuidade e a consistência da resposta deste setor”.
Por sua vez, Costa Silva enalteceu o contributo do turismo para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e disse esperar que “consigamos crescer ainda mais”. “O PIB do país atingiu no ano passado mais 210 mil milhões de euros, o turismo deu uma contribuição inestimável. (…) Queremos criar todas as condições para que as empresas desenvolvam o seu trabalho e o país possa crescer de forma consistente, chegámos aos 210 mil milhões de euros, temos de apontar aos 250 mil milhões de euros, para isso temo de galvanizar todos os setores, ter políticas políticas ainda mais amigas do investimento, isso é crucial para criarmos mais riqueza”, afirmou.
Em 2022, o setor do turismo alcançou receitas no valor de 22 mil milhões de euros. Sobre estes valores, o ministro afirmou que “o setor provou que conseguimos fazer coisas, a excelência das empresas, dos operadores turísticos, a contribuição extraordinária do Turismo de Portugal, as políticas de promoção nos mercados externos, tudo isso funcionou e chegámos ao final do ano com 22 mil milhões de receitas. Conseguimos. Se tivermos crença em nós próprios, se trabalharmos de forma articulada e com capacidade de ação colectiva, o país vai mover-se para o futuro, e o turismo vai dar uma contribuição inestimável”. “Há muita gente no país que ainda não compreendeu a importância do turismo para a economia nacional, na nossa visão o turismo é um instrumento para desenvolver as economias locais, e potenciar as valências que existem, e para promover o crescimento”, concluiu.