O diretor-geral da easyJet Portugal, José Lopes, afirmou esta terça-feira, dia 21 de junho, que espera que o processo de concessão dos 18 slots diários da TAP esteja concluído até ao final de setembro para começarem a vender os lugares “o mais rápido possível”. Em conferência de imprensa, o diretor-geral disse ainda que a decisão da Comissão Europeia vai permitir à companhia aérea britânica crescer e alicerçar a sua posição no aeroporto de Lisboa e “é uma oportunidade que não será repetível até que haja uma nova infraestrutura em Lisboa”.
Recorde-se que a Comissão Europeia escolheu ceder os 18 slots diários a esta companhia aérea, no passado dia 16 de junho, tendo em conta a “capacidade de lugares que as transportadoras poderiam oferecer utilizando as faixas horárias disponibilizadas pela TAP Air Portugal”, optando assim por dar o primeiro lugar à easyJet.
Como o processo ainda não foi finalizado e “ainda está a ocorrer um afinamento dos seus detalhes”, José Lopes explicou que a companhia não pode revelar os detalhes do plano que foi apresentado à Comissão e indicar qual será o número de lugares adicionais, porque poderão exigir alguns ajustes à proposta. Porém, “é algo que queremos fazer o mais urgentemente possível, porque vamos começar a utilizar estas slots no dia 30 de outubro”. O diretor-geral da companhia low cost, em Portugal, adiantou apenas que este aumento de capacidade corresponde a um adicional de três aeronaves.
O diretor-geral sublinhou que “conquistada a parte mais importante”, agora a companhia quer começar a rentabilizar essas faixas horárias.
José Lopes adiantou que, este verão, a easyJet está a operar em Portugal com cerca de 20% mais capacidade do que tinha no verão de 2019, antes da pandemia, detalhando que, em Lisboa, a companhia aérea britânica já opera 12% acima da mesma época de 2019.
“Esta capacidade adicional vai, também, ajudar-nos a atingir um dos nossos objetivos que era passar a ser a segunda maior companhia aérea a operar no Aeroporto de Lisboa”, salientou, recordando que a easyJet é a maior companhia a operar no Porto e em Faro.
Milhares de voos cancelados na Europa
Quando questionado sobre se os milhares de cancelamentos anunciados pela easyJet, para o verão, vão afetar a operação em Portugal, José Lopes defendeu que tem sido difícil contratar funcionários na Europa, fator que tem afetado a operação. Contudo, “em Portugal, não temos tido qualquer tipo de problema em recrutar pessoal de cabine e pilotos”, defendeu, referindo que em Portugal só serão afetados oito voos até ao final do verão.
SEF: “O SEF é o maior problema em Portugal”
“Há uma questão que me preocupa, que é uma questão política e social entre o governo e o SEF e que é difícil de controlar”. Para José Lopes, a maior limitação no aeroporto de Lisboa, e que tem estado a afetar as operações da companhia, é o tempo de espera na chegada ao país, sob o controlo do SEF. O diretor-geral apela a que as partes envolvidas cheguem a consenso e resolvam o problema sem afetar os passageiros.
José Lopes, considerou, ainda, que a ANA e a NAV perderam a “oportunidade” de acelerar investimentos necessários na aeroporto de Lisboa, que permitam uma utilização mais eficiente dos recursos, em termos de pontualidade e de capacidade. Estes investimentos deviam ter sido feitos, de acordo com o diretor-geral, “durante a pandemia, enquanto o impacto na operação seria menor”.