Os hoteleiros apresentam um otimismo moderado para a época festiva. A taxa de ocupação situa-se nos 52% para o período natalício e atinge os 68% para o Réveillon, de acordo com um inquérito da AHP.
A AHP apresentou à imprensa esta segunda-feira, dia 16, os resultados de um inquérito sobre a expectativa dos seus hoteleiros associados para o período do Natal e Réveillon. O inquérito a 311 empreendimentos turísticos decorreu de 15 de novembro a 13 de dezembro e teve como base os indicadores da taxa de ocupação, preço médio por quarto (ARR), estada média, principais mercados, e canais de reserva.
Para o período do Natal, compreendido entre 21 e 26 de dezembro, os hoteleiros preveem uma taxa de ocupação de 52%, com as reservas “on the books”, à data do inquérito, a situarem-se nos 38%. Já o preço médio é de 151 euros para o período natalício, de acordo com a AHP.
As regiões da Madeira (59%), Grande Lisboa (44%) e Centro (42%) destacaram-se em termos de reservas “on the books”, encontrando-se acima da média nacional. Já a Península de Setúbal (16%), a região de Oeste e Vale do Tejo (26%) e Norte (27%) foram as regiões com pior desempenho a nível de reservas.
Quanto à taxa de ocupação estimada para o Natal, estão acima da média a Madeira (73%), o Alentejo (54%) e a Grande Lisboa (62%). A Grande Lisboa regista o preço médio mais elevado para o período do Natal, com 191 euros, seguindo-se o Alentejo (190 euros), Norte (179 euros) e Madeira (153 euros).
Comparativamente a 2023, a região do Oeste e Vale do Tejo (41%), Algarve (38%) e Norte (35%) antecipam uma taxa de ocupação pior. Já a Grande Lisboa (59%), a Madeira (58%) e o Alentejo (44%) estão otimistas com a taxa de ocupação no período do Natal face a 2023.
“Em termos de taxa de ocupação, há 23% da nossa oferta que considera que a TO será pior no ano de 2024 do que aquela que se verificou em 2023”, analisou Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP. “Isto tem uma óbvia explicação, ou seja, um claro abrandamento do que foi o ritmo de crescimento até 2023, no pós-pandemia. Há um otimismo, mas muito mais moderado que foi até este ano de 2024”.
Relativamente ao preço médio, “a expectativa é ser muito melhor”, apontou a responsável. A Grande Lisboa (74%) mantém-se otimista que este indicador será superior em relação a 2023, juntamente com a Madeira (68%) e a região do Oeste e Vale do Tejo (64%). O Algarve (56%) e a Península de Setúbal (50%) consideram que o preço médio será igual ao ano passado, enquanto a região Centro (45%) está mais pessimista.
Para o período natalício, os hoteleiros consideram que Portugal (82%) é um dos seus principais mercados, seguindo-se o Reino Unido (41%) e Espanha (40%).
Passagem de ano com taxa de ocupação de 68%
As perspetivas dos hoteleiros para o Réveillon de 2024 apontam para uma taxa de ocupação prevista de 68%, com 50% de reservas “on the books” à data do inquérito e um preço médio de 202 euros.
Estão em destaque a Madeira (68%), a Grande Lisboa (61%) e o Centro (54%), cujas reservas se encontram acima da média nacional. Em contraste, a Península de Setúbal (36%), o Oeste e Vale do Tejo (36%) e o Norte (39%) registam os valores percentuais mais baixos.
Tal como no período natalício, a Madeira apresenta a taxa de ocupação estimada mais elevada para o período da passagem de ano, com 84%. Seguem-se a Grande Lisboa (78%), o Alentejo (76%) e o Centro (73%), ultrapassando a média nacional.
O Alentejo regista o preço médio mais elevado, fixando-se nos 283 euros, seguindo-se a Grande Lisboa (249 euros), a Madeira (243 euros) e a região Note (229 euros).
Em termos de taxa de ocupação, os Açores (53%), o Algarve (38%) e o Oeste e Vale do Tejo (27%) antecipam que este indicador seja pior nesta passagem de ano, em comparação com o ano anterior. Já a Madeira (58%), o Norte (44%) e a Grande Lisboa (41%) preveem uma taxa de ocupação melhor.
Para o Ano Novo, os três principais mercados dos empreendimentos inquiridos são Portugal (84%), Espanha (35%) e Alemanha (34%). Seguem-se o Reino Unido (32%) e os Estados Unidos (26%).
Principais canais de reserva
Quanto aos principais canais de reserva, o Booking continua a ser ocupar a primeira posição, referido por 85% dos hoteleiros inquiridos, seguindo-se estreitamente o website próprio (84%).
Outros canais de reserva indicados pelos associados da AHP foram o email direto (39%), Expedia (32%) e agências de viagens (25%). Também o Airbnb foi referido por uma percentagem muito residual (cerca de 1,5%), nomeadamente por alojamentos rurais.