Quarta-feira, Setembro 27, 2023
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Hotelaria prevê média de reservas no verão abaixo dos 45%

Os empreendimentos turísticos portugueses preveem uma média de reservas de 43% entre o período de junho e outubro, de acordo com o último inquérito realizado pela AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, junto dos empreendimentos turísticos associados.

O inquérito da associação, levado a cabo entre 7 e 21 de junho de 2021, e apresentado esta quarta-feira, dia 30 de junho, em conferência, regista uma tendência gradual de abertura dos hotéis ao longo do verão. E, se comparado ao mesmo período de 2020, essa tendência é ainda maior. Em junho de 2021, a perspetiva dos hoteleiros apontava para 17% de unidades encerradas, número que desce para 11% em julho, 9% em agosto e 7% em setembro e outubro.

Esta tendência de reabertura das unidades revela consistência em todas as regiões, mas Lisboa é a que apresenta a taxa mais alta de encerramentos entre junho a setembro, enquanto que o Algarve e o Centro não têm registo de encerramentos entre junho e setembro.

Na primeira quinzena de junho, de acordo com os dados do inquérito, os empreendimentos turísticos registaram uma taxa de ocupação média de 48%. O pior registo ocorreu em Lisboa (32%) e o melhor no Alentejo (61%).

De acordo com a vice presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, os resultados do inquérito relativos a esta primeira quinzena foram impactados pelo anúncio do Reino Unido de colocação de Portugal na lista verde em maio.

“Houve algumas flutuações no mercado britânico que tiveram impacto no período em que o inquérito ocorreu, porque já existiam reservas de maio para este período de tempo [primeira quinzena de junho] e algumas não foram canceladas”.

O preço médio nesta quinzena situou-se nos 93,50 euros, com Cristina Siza Vieira a destacar o preço abaixo desta média de Lisboa que situou-se nos 79,51 euros. “Não é habitual, a região de Lisboa puxa o preço para cima e não foi o que aconteceu este ano. Verificou-se um preço médio nas regiões Norte [127,91 euros] e Algarve [120,78 euros] bastante superiores à média nacional”.

A estada média, sem surpresas “permanceu baixa”, mesmo na média nacional, quase 76% dos inquiridos registou entre 1 e 3 noites.

Relativamente à previsão de reservas para os meses de junho a setembro, na região do Algarve, o mês de agosto era o que tinha o pico das reservas (46%), registando-se um crescimento de junho até agosto mas com uma quebra em setembro, e novamente volta a uma subida em outubro. O mesmo acontece com a região da Madeira, com picos de ocupação em agosto e uma subida grande para o mês de setembro. “Destaque para Lisboa, que tem o pior registo de intenções de reservas no verão entre junho e setembro. Mas, depois, tem uma previsão para outubro de crescimento que se deve à grande expectativa de um pico de reservas de dois mercados, o norte americano e brasileiro.

Quanto ao reembolso de reservas, a maioria dos inquiridos (67%) estima que entre 80% a 100% das reservas serão reembolsáveis. A maioria (54%) estima também que a taxa de cancelamentos se fixará neste período entre 10% e 30%. Segundo a interpretação da AHP, esta estimativa de cancelamentos não é mais elevada, porque a tendência neste momento é para as reservas de última hora. “A interpretação que fazemos é que neste momento prevalecem as reservas de última hora, e por isso não constam como reservas e são concretizadas quase no imediato e, portanto, há aqui obviamente uma baixa taxa de cancelamentos”, refere Cristina Siza Vieira.

Relativamente ao peso das reservas de grupo, mais de dois terços dos inquiridos (71%) afirma ter menos de 20% de reservas de grupos “ A conclusão a que estes dados nos conduzem é que para este período de junho a outubro de 2021 há uma dependência das reservas individuais”.


À questão quantas das reservas deste verão são reagendamentos/ vouchers de 2020? 79% dos inquiridos indica ter menos de 20% das reservas provenientes de vouchers e reagendamentos de 2020.

Principais mercados

Relativamente aos principais mercados esperados para o verão, 88% dos inquiridos diz que Portugal está no top 3, 69% indica Espanha e 50% França. O Reino Unido sai do top 3, porque é apenas referenciado por 30% dos inquiridos. 7% aponta os EUA como um dos seus 3 principais mercados mas sobretudo a partir de outubro.

Quais os principais constrangimentos à operação? A esta questão 40% dos inquiridos apontou a restrição de voos e limitação de mobilidade, 26% o medo de ser infectado com covid, 25% incerteza e desconhecimento das regras no local de destino e 8% diminuição do orçamento de viagens

Quanto às perspetivas de verão quanto à operação, 60% dos inquiridos afirma ter uma taxa de ocupação melhor ou muito melhor que 2020,Cerca de 70% da amostra indica um Preço Médio por Quarto igual ou melhor do que 2020.Mais de 60% afirma ter uma Estada Média igual à verificada em 2020.Mas, novamente, há notar, sublinhou Cristina Siza Vieira, que o inquérito foi feito posteriormente à novas restrições do mercado alemão e britânico.

Analisando a contratação, 68% dos inquiridos tem intenção de reforçar as equipas através da contratação de trabalhadores em regime temporário destes 64% admite estar com muitas dificuldades em contratar, nomeadamente no Algarve e Centro.

A AHP questionou ainda os seus associados sobre as mudanças que ocorreram no turismo e Quais as tendências que se vão manter 62% afirma que a forma como se faz turismo mudou definitivamente mas as tendências apontadas são muito diversas: 21% aponta maior peso do online; 21% maior preocupação com higiene e segurança; 16% maior procura pelo Turismo da Natureza; 15% aumento das reservas com menor antecedência; e 8% aumento das reservas reembolsáveis

A Linha de Apoio às Médias e Grandes Empresas do Turismo entrou em vigor em maio
e houve uma forte adesão dos associados da AHP, confirmada pelo inquérito. 76% dos inquiridos aderiram à linha.

Quanto à retoma das operações ao nível de 2019, os inquiridos apontam entre o segundo semestre de 2022 e segundo semestre de 2023.

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