A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) alertou que, confiar na tributação como solução para reduzir as emissões da aviação é contraproducente para o objetivo de alcançar um setor sustentável. A IATA defende que a política da União Europeia deve apoiar medidas práticas de redução de emissões, como incentivos ao recurso de combustíveis sustentáveis (Sustainable Aviation Fuels – SAF) e a modernização da gestão do tráfego aéreo.
“A aviação está comprometida com a descarbonização como uma indústria global. Não precisamos de persuasão ou de medidas punitivas como impostos para motivar a mudança. Na verdade, os impostos desviam dinheiro da indústria que poderia apoiar a redução de emissões de investimentos em renovação de frota e tecnologias limpas. Para reduzir as emissões, precisamos que os governos implementem uma estrutura de política construtiva que, imediatamente, se concentre nos incentivos à produção para SAF e a implementação do Céu Único Europeu ”, disse Willie Walsh, diretor geral da IATA.
A Comissão Europeia apresentou esta quarta-feira, dia 14 de julho, um pacote legislativo intitulado ‘Fit for 55’, para garantir que atinge as metas climáticas, no qual constam novas medidas para o setor da aviação: além de, a partir de 2023, querer criar um imposto sobre o querosene para todos os voos com proveniência da UE, o executivo comunitário prevê ainda que as companhias aéreas passem a abastecer-se com base numa mistura que inclui biocombustíveis.
A IATA, por sua vez , defende que alcançar a descarbonização da aviação requer uma combinação de medidas que incluem o uso de combustíveis sustentáveis (SAF) que reduzem as emissões até 80% em comparação com o combustível de aviação tradicional.
“Os políticos são rápidos em dar lições às companhias aéreas sobre os esforços que a indústria deve fazer em relação ao meio ambiente. Mas eles ficam em silêncio quando se trata de áreas de sua própria responsabilidade. Recentemente, o Conselho Europeu falhou em mostrar qualquer liderança para reduzir as emissões por meio da harmonização da gestão do tráfego aéreo europeu. Além disso, a constante ausência de apoio político dos estados nas propostas para alcançar o Céu ùnico Europeu mina a credibilidade da proposta ‘Fit for 55’ e a credibilidade da determinação da Europa em conduzir soluções reais para a sustentabilidade ”, disse Walsh.