“Em 2025, temos mais chegadas em Lisboa, mais turistas, mais passageiros. Isto já é um vislumbre de que vamos ter um novo ano a bater recordes”, afirmou Carla Salsinha, presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, durante o jantar comemorativo dos 75 anos da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que teve lugar esta terça-feira, em Lisboa.
A responsável destacou ainda que 2024 marcou um ponto de viragem. “Pela primeira vez, a região número um em turismo foi a Região de Lisboa. Em número de hóspedes, de dormidas e de gasto médio por turista, aumentámos a nossa importância a nível nacional e conseguimos, pela primeira vez, ultrapassar o número de hóspedes do Algarve“, recordou.
Em 2025, Lisboa já está a receber “mais chegadas em Lisboa, mais turistas em Lisboa, mais passageiros, o que isto já é um vislumbre de que vamos ter um novo ano a bater recordes”. No entanto, apesar dos resultados históricos, Carla Salsinha alertou para um desafio persistente. “Dos 18 municípios que compõem a entidade regional de turismo de Lisboa, 88% do turismo está em quatro municípios” – uma situação que considera ser o “maior desafio” da região.
Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, iniciou a sua intervenção com uma referência à longevidade da associação: “75 anos não são 75 dias. É uma história muito rica, é uma história escrita sobretudo, ou quase exclusivamente, pelos agentes de viagens, e é por isso que estamos a festejar com eles ao longo do país”.

O dirigente recordou a ligação entre a história da associação e o desenvolvimento do setor. “É uma história que se confunde com a própria história do turismo português. É uma história que tem sido construída, ao longo do país, com as regiões de turismo, tornando a oferta turística mais rica, contribuindo para a coesão social e para o desenvolvimento do turismo”, afirmou, salientando que foi por essa razão que a APAVT decidiu, em conjunto com as regiões de turismo de Portugal, realizar este ciclo comemorativo com encontros em todas as regiões e com os agentes de viagens locais.
A presença institucional também foi destacada por Costa Ferreira, referindo-se ao Secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, ao presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, e ao presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros. “É emblemático para nós que aqui estejam, porque nunca estivemos sozinhos enquanto construímos a nossa história”.
Segundo Pedro Costa Ferreira, estas entidades representam “não apenas o trabalho que temos feito convosco”, mas também “todo o apoio e todo o carinho que temos tido de vocês, das vossas entidades”, e ainda “a melhor parceria pública ou privada do país, do setor económico de Portugal, que é a parceria pública ao privado do turismo”.
Além de ter deixado uma nota às autarquias e de ter agradecido a sua presença, e de todas as empresas com quem firmaram acordos de longo prazo, deixou uma última nota aos agentes de viagens, salientando que “o setor do turismo, o setor da distribuição, atinge os 75 anos com os melhores números económicos do setor”.
“Vamos continuar a escrever história, vamos continuar a ser um dos pilares do desenvolvimento do turismo em Portugal e da economia nacional, vamos continuar a escrever turismo”, concluiu.
“Os 75 anos da APAVT confundem-se muito com a história do turismo em Portugal”
Por sua vez, Pedro Machado, Secretário de Estado do Turismo, elogiou o trabalho de Carla Salsinha, destacando o seu empenho e a forma como este reflete “o espírito e a missão de quem gere território, de quem gere conexões, de quem gere cooperação, de quem reclama e bem junto das instituições, sejam elas quais forem, aquilo que por direito próprio merece e deve estar em consideração no que diz respeito às organizações do turismo”.
“Os 75 anos da APAVT confundem-se muito com a história do turismo em Portugal. É verdade. O turismo tem praticamente esta existência da década de 60 até aos dias de hoje. E é muito relevante que o país hoje reconheça e eu julgo que o está a fazer”, afirmou, frisando que estes 75 anos “são hoje manifestamente motivo, não só de orgulho, como de satisfação”.
Apesar dos progressos, Pedro Machado alertou que o setor enfrenta desafios diários e que é necessário enfrentá-los com soluções concretas: “São visíveis, são diários, também temos que os enfrentar. É esse o nosso desafio permanente, enfrentar e superar e criar soluções para esses problemas que diariamente afrontam o turismo”.
O executivo referiu o ambiental da atividade turística e a importância de encontrar respostas sustentáveis. “Tem pegada, claro que tem. Qualquer atividade económica tem pegada.” Por isso, defende que é fundamental saber reinterpretar o setor com ferramentas como a inteligência artificial, os critérios ESG e a automação, para que o país continue a afirmar-se como um dos destinos “mais competitivos do mundo”.
“Queremos subir, neste ranking, em que somos o 12.º país mais competitivo do mundo em matéria de turismo. (…) E queremos, sim, continuar a olhar para os problemas do país, a mobilidade, a conectividade e tantos outros que diariamente nos confrontam.”, concluiu.






