O QUAKE – Centro do Terramoto de Lisboa inaugurou esta quinta-feira, dia 20 de abril, permitindo a todos os que passarem por este espaço, vivenciar o terramoto de 1 de novembro de 1755, em pleno século XXI. A inauguração contou com a presença de Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
O espaço de 1800 metros quadrados, localizado em Belém, na Rua Cais da Alfândega Velha, nº 39, é um convite, sob a forma de uma viagem no tempo, a descobrirmos mais sobre o terramoto de 1755, sobre a época do Iluminismo, sobre Lisboa e sobre eventos sísmicos.
Uma experiência imersiva que promete fazer tremer a cultura da capital
O século XVIII foi um dos mais marcantes para Lisboa. O ano de 1755 ficou marcado, na história do nosso país, pela catástrofe natural que destruiu parte da capital portuguesa. De forma a relembrar a importância desta data e, sobretudo, torná-la num acontecimento pedagógico, recriado através de uma experiência interativa e imersiva, nasceu o QUAKE.
História, entretenimento e rigor científico unem-se para proporcionar uma experiência memorável, durante cerca de uma hora e meia, distribuída por mais de dez salas tecnológicas e totalmente didáticas, que utilizam simuladores e meios audiovisuais. Aqui, à parte da experiência de entretenimento que o formato imersivo propõe, o objetivo é também sensibilizar e preparar a população para um eventual novo sismo, evitando uma tragédia à larga escala, como a que os lisboetas viveram em 1755.
O ponto alto da experiência permite reviver o terramoto que assolou a cidade de Lisboa em 1755 – reproduzido por um simulador com recurso a equipamentos tecnológicos e efeitos especiais.
Além do simulador, é ainda possível, através de estações interativas entender a origem dos sismos e tsunamis.
Ligar passado, presente e futuro foi o principal desafio da equipa, liderada por Ricardo Clemente e Maria Marques. “Centenas de pessoas trabalharam dia e noite para dar vida a este centro e à magnitude dos acontecimentos nele retratados, nunca descurando a complexidade e a riqueza de todos os detalhes trazidos para o presente, cumprindo sempre o rigor histórico e científico dos factos”, explicam os fundadores do Centro.
O objetivo deste Centro, segundo Ricardo Clemente, é “criar uma consciencialização para as questões sísmicas“. Ricardo Clemente recorda que Lisboa é uma cidade com um elevado risco sísmico e que, por esse motivo, há uma probabilidade que a história se repita: “Não é uma questão de ‘se’ é uma questão de ‘quando‘”, sublinha.
O projeto nasceu há sete anos e representou um investimento de oito milhões de euros. Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirmou ser “impressionante” o trabalho desenvolvido ao longo deste sete anos.
O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa diz ser essencial fomentar a educação e “transmitir a palavra de prevenção”, para o país estar preparado para eventuais eventos sísmicos. “É essencial esperar o inesperado“, defende Carlos Moedas, que recorda a pandemia de covid-19 e a atual guerra na Ucrânia.
O trabalho dos sismólogos Susana Custódio e Luís Matias, professores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigadores do Instituto Dom Luiz, bem como do historiador e escritor André Canhoto Costa, foi fundamental para construir os pilares que sustentam todo o conceito do QUAKE. Marta Pisco, produtora de teatro, foi a responsável por coordenar o processo criativo, articulando a produção desta experiência, com os conteúdos científicos e históricos apresentados pelos especialistas.
O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirma que o QUAKE é “um museu do século XXI“. “Um museu, no passado, era um sítio onde íamos ver a história. Depois, passou a ser um local onde íamos para ouvir contar uma história, mas hoje um museu tem de ser mais do que isso. Tem de ser um sítio onde nós vamos viver a história”, sublinhou Carlos Moedas.
“O turismo vem e procura este tipo de experiências. Os turistas chegam a Lisboa e precisam de mais conteúdo”, defende o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, referindo que, ainda, “há uma lacuna em Lisboa” e que “a cidade precisa de mais museus deste género”.
O Centro está preparado para receber pessoas de várias idades, no entanto, a sua experiência não é aconselhável a menores de seis anos. As visitas devem ser agendadas, para assegurar o dia/hora mais desejado, estando os bilhetes disponíveis para venda no site oficial do museu.
Os bilhetes para variam estre os 21€ e os 28€, se fizer compra antecipada. Os preços de referência são 31€ para os bilhetes normais, 21,50€ para crianças dos 6 aos 12 anos e 25€ para seniores. Para grupos com mais de 10 pessoas, os bilhetes têm o valor promocional de 22€.
O QUAKE está aberto todos os dias, das 10h às 18h.