Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, disse que Portugal enfrenta atualmente o “desafio enorme” de “consolidar o crescimento” na indústria do turismo, durante a abertura oficial do BOOST 2025, que decorre esta sexta-feira, dia 17, na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE).
Sob o tema “The Experience”, o BOOST 2025, promovido pelo NEST – Centro de Inovação do Turismo, traz as mais recentes tendências da Inteligência Artificial (IA) aplicadas ao setor do turismo. “As experiências não se fabricam; é preciso passar por elas, o que significa que estamos a falar de uma indústria focada de pessoas para pessoas”, começou por sublinhar Pedro Machado. “A oportunidade do tema vem não só pelo momento que estamos a viver, mas também pela grande responsabilidade para Portugal”.
O secretário de Estado do Turismo afirmou que “Portugal tem hoje, nas suas exportações, 128 mil milhões de euros, o que representa 47% daquilo que é a nossa capacidade de podermos não só criar e distribuir”, mas também de “termos um país mais coeso e mais competitivo”. Destes 47%, “14.4% advém da indústria do turismo”, realçou, em comparação com os 9,8% relativos a aparelhos e máquinas e os 9% correspondentes ao setor de automóveis.
Pedro Machado rejeitou os “mitos urbanos” de que “Portugal está a criar uma mono-indústria” de turismo, mas sim uma “indústria poderosa” que “quer fazer com que os outros setores possam crescer”. Atualmente, o país encontra-se perante “o desafio enorme” de “consolidar este crescimento e estes números, que todos os dias, todos os meses, sentimos que estão a acontecer”.
“Os números não nos deixam enganar e a perspectiva do exercício de 2024 é atingirmos aquele número líquido que foi lançado pela primeira vez na Estratégia 2027, que ainda está em vigor, de Portugal poder chegar aos 27 mil milhões de euros de receitas”, disse o secretário de Estado, referindo que este resultado “parecia uma heresia e hoje está provado que foi possível alcançá-lo dois anos antes daquilo que era o seu programa de execução”.
Sobre a temática da sustentabilidade, Pedro Machado disse que “Portugal tem 22 produtos turísticos e continuamos este trabalho de estruturação em estreita colaboração com as nossas entidades regionais de turismo, mas também com outros agentes, no sentido de podermos cada vez mais diversificar aquilo que é a nossa oferta turística, mas sem perdermos a razão de que os recursos são finitos”.
Já “o tema da inteligência artificial é incontornável”, destacou o governante, considerando que esta tecnologia emergente “está nas nossas vidas todos os dias” e deve ser vista como “um instrumento poderoso ao serviço das pessoas e não o inverso”.
“Quanto mais inteligência artificial colocamos na nossa capacidade de decisão, mais inteligência emocional temos de colocar em carga”, defendeu Pedro Machado.
O secretário de Estado do Turismo referiu ainda que Portugal está “a alargar o seu perímetro e a sua capacidade de influência em mercados ditos emergentes ou em mercados de crescimento acelerado”, nomeadamente nos Estados Unidos, Canadá, México, Argentina e Austrália. “Somos sempre e cada vez mais globais”, frisou.
O governante disse que Portugal tem “os seus 10 ativos estratégicos, diferenciadores e qualificadores”, que fazem com que seja “o 12.º país mais competitivo do mundo”. A seu ver, uma característica “muito apreciada, sobretudo pelos estrangeiros e às vezes menos por nós, é a hospitalidade dos nossos concidadãos”.
“Portugal consegue e concede experiências inolvidáveis a quem nos visita. Isso deve-se muito à singularidade dos nossos concidadãos, dos portugueses em particular”, acrescentou Pedro Machado.