Terça-feira, Setembro 26, 2023
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Primeira Classe em declínio? Companhias investem em Executiva e Económica Premium no longo curso

“Com o regresso em força das viagens, as companhias aéreas estão a redobrar esforços para aumentar a capacidade das suas aeronaves existentes e proporcionar uma experiência de luxo aos seus clientes premium”, informa um artigo da Skift. O artigo destaca que uma das questões mais debatidas nas salas de reuniões das companhias aéreas é como otimizar o espaço dentro das aeronaves para aumentar a rentabilidade.

As companhias aéreas têm concentrado os seus esforços em melhorar o conforto para passageiros que pagam tarifas premium na parte da frente do avião. Enquanto isso, na Classe Económica, continuam a procurar formas de acomodar mais passageiros no mesmo espaço, uma prática conhecida como “densificação”.

Muitas companhias aéreas premium optaram por abandonar completamente a Primeira Classe, tornando a Classe Executiva a cabina mais importante em voos internacionais de longo curso. De acordo com a Skift, esta mudança ocorre após anos de redução da procura pela Primeira Classe em todo o mundo. “A Primeira Classe tem sido considerada principalmente um privilégio concedido a celebridades e executivos de alto nível”, sublinha o artigo. No entanto, a diferença significativa de tarifas e a evolução da Classe Executiva, que agora oferece padrões de privacidade semelhantes, frequentemente resultam em voos de Primeira Classe com baixa ocupação

No Médio Oriente, algumas companhias aéreas, como a Qatar Airways e a Etihad, optaram por não incluir a Primeira Classe nas suas aeronaves mais recentes.

Na Índia, a Jet Airways enfrentou desafios ao operar com cabines de Primeira Classe vazias nos seus Boeing 777. No entanto, segundo a Skift, “devido a restrições financeiras, a companhia aérea não conseguiu fazer adaptações que teriam adicionado mais lugares, ainda que acessíveis, nas Classes Executiva e Económica”. A Jet Airways suspendeu as suas operações em 2019.

Onde a Primeira Classe ainda prospera

Por outro lado, para outras companhias aéreas, há áreas onde a Primeira Classe continua a ser bem-sucedida, independentemente da situação económica, e estas companhias estão a investir nessa classe. A Emirates, por exemplo, lançou a sua Primeira Classe Gamechanger em 2017, aumentando o espaço e o luxo para os seus clientes.

A Cathay Pacific também apresentou um novo conceito de Primeira Classe que poderá ser implementado nos próximos anos. “A Cathay Pacific poderá estar a fazer planos para colocar a bordo uma Primeira Classe de corredor único, que poderá até ter um beliche – uma versão mais evoluída da Etihad Residence, sem o duche a bordo”, revela o artigo.

Segundo a Skift, a Classe Executiva é atualmente “onde está o dinheiro”. Nos voos de longo curso, a Classe Executiva oferece frequentemente camas reclináveis, e as companhias aéreas estão empenhadas em oferecer um produto competitivo. No entanto, a introdução das QSuites pela Qatar Airways inaugurou uma tendência de privacidade no setor. “Um dos seus elementos definidores foi o facto de a companhia aérea ter instalado o mesmo número de suites com o conceito de portas fechadas que antes acomodava na Classe Executiva – e fê-lo com a mesma quantidade de espaço”.

QSuites da Qatar Airways

A privacidade está a tornar-se uma característica comum em várias companhias aéreas, desde a Etihad até à British Airways, que a adotam nas suas renovações de cabine. “Mesmo as companhias que antes investiram menos nos seus produtos, como a Air India, planeiam incluir portas de privacidade nas suas cabines renovadas a partir de 2024”, refere a Skift.

A Lufthansa, por sua vez, planeia lançar o seu conceito de produto Allegris em 2023, oferecendo sete configurações diferentes a bordo para acomodar diversos perfis de passageiros. Estas configurações variam entre 1-2-1 e 1-1-1, com algumas incluindo paredes, camas mais compridas e até cadeiras de bebé.

Classe Económica: Mais lugares

Por outro lado, na Classe Económica, o espaço está a encolher. A Airbus implementou uma nova norma de produção para o A350, que inclui a modificação das paredes laterais da aeronave para ganhar espaço adicional, permitindo dez lugares “confortáveis”. Com estas alterações, as companhias aéreas podem adicionar até 30 lugares no A350-1000 em configurações de três cabines.

“As companhias aéreas, os clientes e as empresas chegaram à conclusão de que a classe económica premium é o compromisso perfeito para aqueles que não querem viajar em classe económica mas não têm orçamento para viajar em classe executiva”, sustenta a Skift.

Embora não seja uma novidade, a Classe Económica Premium tem-se tornado mais comum, oferecendo diferenciação com refeições de melhor qualidade, melhor estofamento dos assentos e, frequentemente, um apoio para as pernas que aumenta a área de superfície para descansar. Mesmo as companhias aéreas de luxo, como a Emirates, começaram a oferecer esta classe.

Em resumo, as companhias aéreas estão a enfrentar desafios para equilibrar a oferta de diferentes classes de serviço e maximizar o espaço disponível nas suas aeronaves para atender às necessidades e preferências variadas dos passageiros.

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