Sábado, Maio 24, 2025
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Propostas do PS para o turismo: O que mudou de 2024 para 2025?

Esta segunda-feira, dia 5 de maio, realiza-se mais um almoço-debate promovido pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), evento que contará com a presença de Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS e candidato às eleições legislativas. Segundo a CTP, o encontro visa “dar a conhecer aos agentes do Turismo as propostas do Partido Socialista tendo em vista as eleições legislativas do dia 18 de maio, quer no plano macroeconómico, quer em relação à atividade económica do Turismo”. 

Em 2024, durante um almoço-debate similar, Pedro Nuno Santos já havia delineado algumas das principais direções para o turismo em Portugal, abordando questões como a infraestrutura aeroportuária e a TAP. Agora, um ano depois, as propostas do PS para o turismo estão cristalizadas no seu programa eleitoral, com 14 referências ao setor num documento com 236 páginas. Mas, apesar de algumas medidas já discutidas no ano passado, o programa traz novas propostas e uma abordagem mais concreta em várias áreas.

Neste artigo, vamos comparar as principais propostas do PS para o turismo em 2025 com o que foi discutido no almoço-debate de 2024.

Novo Aeroporto de Lisboa

No almoço-debate de 2024, Pedro Nuno Santos foi claro ao afirmar que a questão do novo aeroporto de Lisboa não poderia ser mais adiada. O secretário-geral do PS destacou a necessidade urgente de avançar com a decisão, para não continuar a desperdiçar o potencial de Portugal enquanto hub intercontinental. Ele enfatizou que a falta de uma solução aeroportuária adequada estava prejudicando a competitividade do país, impedindo a recepção de turistas de mercados estratégicos, como os EUA e Ásia.

Em 2025, o PS mantém a posição de urgência, mas adota uma abordagem mais pragmática. O programa eleitoral do PS coloca o foco na concretização da expansão da capacidade aeroportuária na região de Lisboa, afirmando que a localização do novo aeroporto é uma questão já resolvida pela Comissão Técnica Independente (CTI). O partido sublinha que é essencial avançar com o projeto do aeroporto para garantir a competitividade do país, mantendo o hub de Lisboa como uma das portas de entrada principais da Europa. A postura de Pedro Nuno Santos, portanto, continua alinhada com o que foi discutido em 2024: a necessidade de ação imediata e sem mais delongas.

TAP

A TAP também foi um dos temas em destaque no almoço-debate de 2024. Na ocasião, Pedro Nuno Santos abordou a situação da companhia aérea nacional, destacando os desafios da reestruturação e o impacto positivo do plano de recuperação da empresa. O líder socialista não se comprometeu a falar sobre a privatização da TAP, uma questão em aberto no governo, mas reforçou a importância estratégica da empresa para as ligações aéreas de Portugal, especialmente com os países da diáspora.

O programa eleitoral de 2025 do PS reafirma a posição de 2024, assegurando que a TAP manterá as ligações aéreas regulares e acessíveis com os países onde residem comunidades significativas da diáspora. Novamente, não há menção à privatização da companhia, alinhando-se com a posição de 2024 de que a TAP é uma infraestrutura estratégica que deve continuar a ser uma prioridade nacional.

Governança do turismo

A governança do turismo foi outra questão levantada no almoço-debate de 2024. O presidente da CTP, Francisco Calheiros, defendeu que o turismo deveria ter uma representação própria no Conselho de Ministros, como acontece em muitos países concorrentes de Portugal. Pedro Nuno Santos, no entanto, esquivou-se a uma resposta direta, embora tenha reiterado que o turismo teria sempre a centralidade que merece na economia portuguesa. O programa eleitoral de 2025 do PS segue essa linha, mantendo a Secretaria de Estado do Turismo dentro do Ministério da Economia, sem propor mudanças estruturais significativas.

Medidas do Programa Eleitoral de 2025

Além dos tópicos abordados no almoço-debate de 2024, o programa eleitoral de 2025 do PS inclui várias outras medidas de impacto para o setor do turismo. Entre as principais propostas, destacam-se:

  • Turismo sustentável e valorização do interior: O PS compromete-se a criar a “Agenda do Turismo para o Interior”, que visa estimular a atividade turística nas regiões menos desenvolvidas, combatendo a concentração da procura no litoral (que representa cerca de 85% do total). O objetivo é dinamizar economias locais, preservar a autenticidade dos territórios e garantir maior coesão social e territorial. O programa destaca ainda a necessidade de apostar num turismo sustentável, promovendo a regeneração urbana, valorizando o comércio local e preservando o património natural e cultural. A qualificação da oferta turística deverá passar também por apoios seletivos à transição verde (como a eficiência energética e a gestão da água) e à transição digital — num contexto onde apenas 30% das pequenas empresas do setor têm presença online.
  • Empresas mais competitivas e internacionalizadas: Outro compromisso passa pelo lançamento de um “Programa Nacional para a Competitividade e Internacionalização”, que pretende duplicar o valor médio exportado por empresa e alcançar os 60% de exportações sobre o PIB. Para isso, o PS propõe reforçar a coordenação entre as entidades públicas que apoiam as empresas, incluindo o Turismo de Portugal, a AICEP, o IAPMEI, a ANI e o Banco de Fomento.
  • Turismo ferroviário e desporto como ativos emergentes: O documento inclui ainda propostas para o crescimento do turismo ferroviário, com alargamento da oferta a mais linhas e segmentos, alinhando-se com a agenda da mobilidade sustentável. Por fim, o PS propõe uma maior coordenação entre o IPDJ e o Turismo de Portugal para a captação de eventos desportivos internacionais.

Nota de rodapé: Este artigo compara as propostas do PS para o turismo, mas uma análise similar será feita em relação à AD, com base no programa apresentado para as legislativas de 2025.

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