A Jolidey realizou uma fam trip para 25 agentes de viagens portugueses à República Dominicana com o apoio do ministério do Turismo do país na primeira semana de junho. Este é um dos destinos da programação do operador do grupo Ávoris Travel nas Caraíbas, cuja operação já teve início. O TNews acompanhou a viagem.
Para a maioria dos 25 agentes de viagens que participaram na fam trip a convite da Jolidey para a República Dominicana no início do mês de junho, esta foi a primeira viagem em muitos meses. Demasiados, para quem anseia um regresso à normalidade que a pandemia tem arrastado para um horizonte demasiado penoso para o negócio das viagens. Esta, em particular, estava carregada de simbolismo: o primeiro voo da programação de verão da Jolidey para este destino nas Caraíbas, operado por um novo avião, o A330-900neo, na também nova companhia Iberojet (ou, para sermos rigorosos, a marca que o grupo Ávoris ressuscitou para integrar as companhias Evelop e Orbest). Para os agentes de viagens foi oportunidade de, ao fim de muitos meses, poderem experimentar, na primeira pessoa, os desafios que se colocam a viajar nesta nova era pós-covid, num destino que há muito está no top das preferências dos portugueses para férias.
A esperá-los tinham um país ansioso por mostrar ao mundo como se preparou para receber novamente os turistas. A República Dominicana foi um dos primeiros países a anunciar a vacinação dos trabalhadores do setor turístico, processo que teve início no final de abril com o objetivo de posicionar o país como “o destino mais seguro das Caraíbas”
Esta intenção é confirmada por Carlos Batista, analista de relações internacionais do ministro de Turismo da República Dominicana, que acompanhou o grupo da Jolidey, uma vez que a viagem foi apoiada pelo ministério.
“Dizem que somos dos países que mais faz para combater o Covid-19, isto devido aos protocolos de segurança e saúde que temos”, Carlos BAtista
Segundo o analista de relações internacionais, o distanciamento social e o uso de máscaras são obrigatórios em todos os locais públicos. “Algumas coisas mudaram, por exemplo, os restaurantes buffet são agora servidos pelo staff do hotel para que se cumpram as medidas. Também estamos a evitar aglomerações, por isso reduzimos os grandes eventos”, sublinha. Por sua vez, as máscaras são opcionais nas zonas da praia e em atividades ao ar livre.
Embora conhecida, sobretudo, pelas suas praias de areia branca e mar azul, a República Dominicana tem muito mais para oferecer do que banhar-se nas praias das Caraíbas e isso nem sempre é evidenciado quando se fala deste destino. Poucos conhecerão, por exemplo, a capital Santo Domingo, ou os parques naturais. Nesta viagem, além da inspeção a várias unidades hoteleiras, os agentes de viagens tiveram a oportunidade de conhecer a capital dominicana e os seus motivos de interesse, além de duas excursões. Uma à Isla Saona, destino obrigatório para quem visita pela primeira vez a República Dominicana, e à La Hacienda, que proporciona atividades na natureza.
Santo Domingo
Desde há cinco anos que a capital Santo Domingo está mais perto da região de Punta Cana, depois da construção da nova estrada que liga os dois destinos em três horas , o que torna a viagem mais direta e sem ter de passar por localidades. Mas se essa não é uma razão suficiente para atrair os turistas, Carlos Batista joga um trunfo poderoso para quem gosta de cultura e história: Santo Domingo é a cidade mais antiga do “Novo mundo”, fundada no colonialismo europeu. “Temos a primeira catedral, o primeiro hospital, o primeiro mosteiro”, refere, para exemplificar que a cidade está cheia de “história e cultura”. “As pessoas vêm para conhecer a cultura dominicana e conhecer os dominicanos nas ruas”. A cidade tem ruas pedonais, repletas de comércio, desde mercearias e minimercados, onde se pode comprar rum e charutos. A cada esquina, encontramos um bar com cadeiras e mesas na rua, disponíveis para desfrutar de uma bebida e ver os dominicanos a jogar dominó, enquanto se atiram piropos às dominicanas que passam. “Faz parte da cultura latina, as mulheres sempre esperam receber elogios”, diz Carlos Batista, sublinhando a alegria do povo dominicano. “As pessoas estão sempre felizes, rindo, sorrindo e dançando”, embora nos últimos tempos não tenha havido muitas razões para dançar e sorrir, com a falta de turismo. Os sorrisos estão escondidos pelas máscaras e essa felicidade de que Carlos Batista fala, talvez seja a diferença mais notória para quem visita a República Dominicana, há uma alegria mais contida.
A não perder
Não é a primeira vez que o Governo da República Dominicana promove uma fam trip a Santo Domingo, mas o que por vezes acontece é que os operadores turísticos vendem apenas Punta Cana, La Romana e Bayahibe. “Normalmente o turista que visita Santo Domingo é aquele que não quer só praia all-inclusive. E é importante que os turistas conheçam muito mais. As pessoas ficam fascinadas assim que sabem a nossa história. Temos uma bela história. Não são apenas os próprios edifícios. É também o que aconteceu aqui. Há muitos factos, muitas lendas, muitas coisas”.
É preciso, no mínimo, uma ou duas noites para conhecer Santo Domingo. Há locais “imperdíveis”, a começar pela zona colonial, a principal atração da cidade e Património Mundial da Humanidade, desde 1990.
É aqui que estão concentrados os principais monumentos históricos, como a Catedral Primada da América, a primeira catedral das Américas, edificada entre 1510 e 1540, e que continua a destacar-se em todo o seu esplendor no coração da Cidade Colonial. Os restos mortais de Cristóvão Colombo foram encontrados aqui no século XIX. É também dentro da “cidade colonial” que encontramos um dos museus mais populares, o Álcazar de Cólon. Concluído por volta de 1512, este palácio de estilo gótico e renascentista foi a casa de San Diego Colombo, filho de Cristóvão Colombo, e da sua esposa María de Toledo, sobrinha do rei Fernando da Espanha. É recomendada igualmente a visita às ruínas do primeiro mosteiro da América, o Mosteiro de São Francisco, onde todos os domingos se celebravam, antes da pandemia, concertos com os ritmos caribenhos da salsa, merengue e bachata. Os amantes da história podem terminar a visitar as ruínas do Hospital San Nicolás de Bari, construído entre 1503 e 1508, foi o hospital mais antigo das Américas usado como modelo para outros hospitais do Novo Mundo. As ruínas do Hospital San Nicolás de Bari sobreviveram a ataques de piratas, terramotos e revoluções.
Vale a pena também percorrer a Rua El Conde, a primeira rua comercial do Novo Mundo. Hoje em dia, continua a ser a área de compras mais popular da zona colonial. Esta via de paralelepípedos estende-se por 10 quarteirões e é repleta de restaurantes, cafés, lojas de souvenirs e vendedores de arte de rua. Outra das ruas famosas é a Calle Las Damas ou a rua das senhoras, por ter sido a primeira rua pavimentada das Américas, está ligada diretamente ao Alcazar de Colón e era onde María de Toledo e as suas damas passeavam à noite quando saíam do palácio.
Saindo da cidade colonial, uma das zonas mais apreciadas pelos locais é a Malecón, a avenida à beira-mar e a mais movimentada da cidade onde se festeja o carnaval e o ano novo. É local de passeio dos dominicanos que adoram estar perto do mar. A Malecón ganha vida à tarde ao pôr do sol, uma agitação que se estende pela noite.
Uma das atrações favoritas do guia Carlos Batista é o Mercado Modelo e, por isso, recomenda a sua visita. Edificado em 1942, o maior mercado de Santo Domingo é um dos primeiros pontos turísticos da cidade. Este bazar colorido adiciona ainda mais cor e cultura à cidade colonial vizinha, vendendo esculturas em madeira, jóias de âmbar, frutas tropicais e poções do amor.
Não se julgue, no entanto, que Santo Domingo se resume à cidade colonial. Carlos Batista aconselha a ida à zona moderna da cidade onde se encontra a Avenida Gustavo Mejía Ricart, para experimentar o melhor da gastronomia dominicana. Aqui pode-se realizar um roteiro gastronómico. Desde o seu início, na Avenida Luperón, até à Rua Ortega y Gasset (onde termina), cerca de 60 restaurantes competem por cada cliente potencial que passa por esta artéria rodoviária. “Não pode deixar de experimentar a comida de Santo Domingo porque é excelente e estamos rodeados de restaurantes muito bons, com chefs muito bons, muito bons”.
O Hotel Embajador Santo Domingo, pertencente ao Barceló Hotel Group, é um hotel de luxo na cidade, com uma fachada antiga que esconde no seu interior fantásticas suites de luxo é uma boa opção de estadia.
Saona e La Hacienda
De regresso a Punta Cana, o grupo tinha à sua espera mais dois dias de visita, desta vez a destinos mais familiares. Seguiu-se uma viagem de um dia até a Isla Saona, para desfrutar de águas quentes e límpidas. Este passeio, altamente recomendável pelas paisagens verdadeiramente idílicas e paradisíacas, inclui transfer do hotel até ao catamarã, iniciando-se a viagem até à ilha. A bordo está garantida a animação ao ritmo dos sons caribenhos. Já em Saona, além da refeição, pode desfrutar da praia, não há muito mais a fazer. Mas quem quer fazer mais coisas quando há uma praia de águas quentes e cristalinas à espera? As excursões custam entre 90 a 120 euros, o preço varia em função da escolha de uma refeição mais completa. Em ambos os casos, estão garantidos o transfer do hotel, a viagem de barco, guia e refeição.
Para o fim da viagem ficou o parque La Hacienda e um dia cheio de aventura. La Hacienda é um parque temático que combina os costumes e as tradições agrícolas e pecuárias da República Dominicana, com a realização de atividades como o slide, passeios de cavalo e buggies. Uma forma diferente, mas igualmente divertida de desfrutar deste destino.
Informações de viagem
Operação Jolidey
O operador turístico realiza partidas de Lisboa, todas as segundas feiras, até setembro. Os voos são realizados pela Iberojet no aparelho A330-900neo com 388 lugares.
Voos Iberojet
A companhia Iberojet conta este ano com um ano aparelho que fará as ligações entre Portugal e a República Dominicana. As principais diferenças do A330-900neo estão no conforto para o passageiro, na pressurização da cabine, que é muito superior, permitindo uma redução significativa do efeito jetlag e a oferta de conteúdos multimédia que podem ser desfrutados pelo passageiro num ecrã individual. Há também a destacar a menor pegada ecológica deste avião, cuja eficiência energética está 20% acima da anterior geração de aviões. De referir ainda que este avião está equipado com a última geração de filtros, e o sistema de renovação do ar é mais frequente e rápido que nos equipamentos mais antigos. Todos os passageiros recebem um kit com máscaras e gel.
Zonas hoteleiras
Na zona de Punta Cana, na melhor zona da praia de Bávaro, encontra-se o resort Barceló, que tem uma zona só para adultos, o Barceló Bávaro Beach, e para famílias, o Barceló Bávaro Palace. A cadeia Occidental também dispõe de dois hotéis, um de quatro e um de cinco estrelas e destaca-se pelo serviço e pela sua dimensão mais pequena, prestando um serviço atencioso ao cliente.
Destaque ainda para o Meliá Caribe & Punta Cana e o Complexo Royal Beach (AMResorts), ambos com uma excelente oferta.
Em Bayahibe, banhada pelo mar das Caraíbas, destaca-se os Dreams Dominicus La Romana , da AM Resorts, uma unidade relativamente recente e com um serviço atencioso.
Protocolos de entrada e saída
Só é exigido um teste no regresso a Portugal e o preenchimento de formulários de na ida e regresso, que podem ser encontrados em jolidey.pt.
Qual a melhor altura para viajar para a República Dominicana?
Há bom tempo o ano todo. Em setembro e outubro os dias podem ser mais húmidos e noites mais frescas.
Recetivo Turavia
Faz os transfers até ao hotel, presta todo o apoio durante a estadia e também comercializa excursões. No entanto, todas as excursões podem ser reservadas diretamente pelo agente de viagens no site da Jolidey.pt, sendo comissionadas. Vão encontrar uma variedade de excursões e preços, com destaque para a Isla Saona e La Hacienda. Se os clientes reservarem as excursões com a sua agência de viagens em Portugal, a Turavia apenas vai agilizar com o cliente o local de pick up e a hora.
Sargaço
Atualmente o sargaço é um dos problemas dos destinos de praia das Caraíbas e não apenas da República Dominicana. Carlos Batista, analista de relações internacionais que acompanhou o grupo, garante que esta é uma preocupação nacional que o Governo está empenhado em resolver. Uma das soluções pode passar por recolher o sargaço no mar e, assim, evitar que chegue às praias, entre em decomposição e crie mau odor. “Chegado à praia, o sargaço já não tem qualquer utilidade, nem para a cosmética” refere. Os grandes resorts também se esforçam para resolver o problema, ao colocar barreiras no mar para evitar que o sargaço chegue às suas praias, ou fazendo a recolha já na praia.
*O TNews viajou a convite da Jolidey e do Ministério do Turismo da República Dominicana
Fotos e Reportagem vídeo: The Storytelling e It’s All About