A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, apelou a que os países partilhem vacinas para eliminar a discrepância de vacinação existente no mundo. “Enquanto líderes devemos preocupar-nos em eliminar, ou pelo menos reduzir, as discrepâncias de vacinação que existem no mundo. Não é só uma questão política, é algo que tem de ser abraçado e resolvido. Não podemos falar do futuro do turismo se não tivermos todos saúde. Apelo aos países que partilhem vacinas para que possamos levar a cabo esta missão no turismo, temos que proporcionar as melhores condições a todos”. A secretária de Estado do Turismo falava no encerramento da 1ª edição da conferência internacional sobre turismo sustentável “A World for Travel” , que decorreu na Universidade de Évora, nos dias 16 e 17 de setembro.
Rita Marques deixou outras duas mensagens depois de ter ouvido, durante estes dois dias, dezenas de líderes mundiais e diversos oradores a discutir o futuro do turismo e a sua contribuição para um planeta mais sustentável.
“A primeira mensagem é que o turismo pode curar o planeta. É uma indústria que faz as pessoas felizes. O setor pode comprometer-se fortemente com a cura do planeta. Sabemos que devemos sair de Évora com uma missão de capacitar as próximas gerações e escolher – há sempre opções -, temos de nos comprometer com essas ações. Temos o poder de implementar e criar um impacto positivo para o mundo, porque não há viagens se não houver planeta”.
À dimensão do ambiente, a secretária de Estado do Turismo acrescentou outras duas dimensões para uma estratégia mais sustentável do turismo, a dimensão social e a intervenção dos governantes. “Tal como outros negócios, devemos ter uma abordagem em três perspetivas: o ambiente, a dimensão social – como é que podemos incluir os nossos trabalhadores – , e uma terceira dimensão que tem a ver com os governantes – como é que podemos assegurar a transparência.”
“Portugal está a desenvolver uma abordagem a 360º para as empresas. Estamos a tentar que as empresas tenham uma abordagem mais verde, possam baixar a pegada carbónica. Mas temos um desafio, o turismo baseia-se muito nas empresas familiares. (…) O que queremos é formar os trabalhadores, os clientes, os investidores e visitantes. Precisamos de nos comprometer, executar e envolver todos os agentes e partes interessadas.”
Na segunda mensagem, Rita Marques focou a importância dos trabalhadores. “Depois da pandemia, acontece que não temos trabalhadores em número suficiente. Portanto, há que integrar novas pessoas e Portugal tem sido muito aberto no acolhimento de migrantes e esta articulação entre turismo e migração são dois fenómenos que estão independentes um do outro, mas cada um contribui para outro e ambos contribuem para a proteção dos nossos valores e da nossa identidade. Acreditamos em Portugal que há um contributo social e económico importante da migração. Temos vindo a trabalhar com migrantes há algum tempo, tentando formá-los e integrá-los nas empresas. Dar uma carreira educativa e melhores condições aos emigrantes também aumenta a nossa visibilidade no mundo e os líderes na indústria, públicos e privados, devem abraçar este objetivo”.