A Europa está a tornar-se um destino cada vez mais apelativo para turistas asiáticos, apesar dos preços elevados, de acordo com o mais recente Barómetro de Viagens de Longo Curso, divulgado pela European Travel Commission (ETC) e pela Eurail BV.
O relatório destaca um aumento no interesse por parte dos viajantes chineses, com 74% a expressarem a intenção de visitar a Europa entre setembro e o final do ano. Este valor representa um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior “e um salto ainda mais significativo em comparação com o outono de 2019”, sublinha o relatório. A faixa etária entre os 34 e 49 anos lidera esta tendência, com 83% a manifestarem o desejo de explorar destinos europeus.
Os viajantes japoneses também contribuem para esta tendência, registando um aumento de 10% na intenção de viajar para a Europa em comparação com o ano anterior.
Miguel Sanz, presidente da ETC, destaca a retoma das ligações entre a Europa e os turistas asiáticos após um prolongado período de interrupção devido à pandemia de covid-19. Além disso, os mercados dos EUA e Canadá também registaram um ligeiro aumento no entusiasmo pelas viagens à Europa.
Por outro lado, australianos e brasileiros demonstraram um declínio de 3% em comparação com o ano anterior, atribuído ao crescente interesse em explorar outros destinos e à atratividade do verão no Hemisfério Sul, resultando num aumento das viagens domésticas.
Os preços elevados das viagens foram identificados como um fator de dissuasão em todos os mercados, com 23% dos inquiridos a afirmarem que não comprometeriam as experiências no destino, apesar do aumento dos custos. Para contornar esta questão, os turistas estão a adotar estratégias para maximizar experiências, minimizando custos, incluindo a preferência por voos de baixo custo e passes de comboio para viagens intereuropeias convenientes.
O relatório destaca que, apesar da evolução das preferências de transporte, a cultura e a história continuam a ser os principais atrativos para os turistas em cinco dos seis mercados, com a China a destacar-se pelo interesse em experiências gastronómicas e urbanas.
“O nosso apelo continua a ser forte para os viajantes de longo curso em todo o mundo, sendo a cultura e a história intemporais da Europa o maior atrativo. É particularmente encorajador ver a crescente popularidade dos caminhos-de-ferro e o aumento do interesse dos turistas pelas viagens lentas. Agora, mais do que nunca, é importante que prestemos especial atenção ao desenvolvimento responsável do setor do turismo”, acrescenta Sanz.
Observa-se um aumento de 7% nas “viagens lentas”, enquanto os pontos de referência emblemáticos e os locais de renome mundial mantêm-se como atrativos populares. As considerações climáticas também desempenham um papel crucial, com 39% dos chineses e 34% dos australianos e brasileiros a considerarem-nas importantes.
Relativamente às preferências de transporte, os australianos demonstram um aumento de 8% na compra de passes de comboio, enquanto os canadianos continuam a preferir viagens de comboio, com 34% a expressar o desejo de adquirir um passe de comboio. No entanto, os voos de baixo custo tornam-se a escolha mais popular em geral, com um aumento de 13% no interesse por voos baratos no mercado brasileiro e um aumento de 9% no mercado canadiano.