Domingo, Novembro 16, 2025
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Viajar sim, mas sem multidões. Destinos menos populares ganham destaque entre os europeus, revela ETC

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Apesar das atuais pressões económicas, os europeus continuam decididos a não abdicar das suas viagens – e cada vez mais com os olhos postos em destinos menos populares. Segundo o mais recente relatório da European Travel Commission (ETC), 77% dos europeus tencionam viajar entre junho e novembro de 2025, com muitos a indicar a intenção de manter ou até aumentar os seus orçamentos de férias.

A forte procura turística mantém-se transversal a todas as faixas etárias, com destaque para os viajantes com 55 anos ou mais (82%), seguidos pelos grupos entre os 45 e 54 anos (79%) e 35 e 44 anos (78%). Entre os mais jovens, dos 18 aos 24 anos, a intenção de viajar é mais moderada (66%), refletindo desafios acrescidos como limitações financeiras ou de tempo.

Para Miguel Sanz, presidente da ETC, estes dados revelam um comportamento claro: “Os nossos dados mais recentes mostram que, mesmo no meio das mudanças nas realidades económicas e sociais, os europeus não estão dispostos a abdicar das viagens e preferem cada vez mais destinos mais tranquilos e viagens fora da época alta. Os destinos devem aproveitar esta tendência ao promover experiências menos concorridas e fora do comum, especialmente durante os meses intermédios, e melhorar os seus esforços de marketing sustentável dirigidos aos viajantes europeus”.

Setembro ganha destaque como mês de eleição

Julho e agosto continuam a ser os meses mais populares para férias, ambos escolhidos por 25% dos viajantes. No entanto, setembro está a ganhar terreno, sendo já apontado por 22% dos europeus como o mês ideal para viajar. Segundo a ETC, esta tendência sugere uma crescente abertura a viagens fora da época alta, motivadas por clima mais ameno, menor afluência turística e melhores preços.

Mediterrâneo lidera nas preferências

A maioria dos viajantes (91%) pretende permanecer dentro do continente europeu nos próximos meses, com apenas 8% a ponderar viagens fora da Europa — uma percentagem ainda condicionada pelos custos elevados e pelas incertezas geopolíticas.

Dentro da Europa, o interesse por viagens domésticas (26%) e para países vizinhos (33%) mantém-se estável. Contudo, cresce o número de europeus que desejam explorar destinos mais distantes no continente, com 32% a escolherem países fora da sua vizinhança imediata, um aumento de 5% face ao verão de 2024.

A região mediterrânica permanece como a mais procurada, com Espanha na liderança (13%, +5 p.p.), seguida de Itália (10%), França (8%) e Grécia (6%).

Afastar-se das multidões é agora uma prioridade

O relatório indica também uma maior consciencialização quanto à saturação turística em determinados destinos, com a preocupação com “demasiados turistas” a crescer 3% face ao verão passado. Paralelamente, 11% dos viajantes indicam agora preferir locais menos concorridos, um aumento de 4%.

Em consonância com esta preferência, 55% dos europeus tencionam passar o verão de 2025 em destinos alternativos ou menos populares, superando os 48% registados na primavera do mesmo ano. Em sentido inverso, os destinos turísticos tradicionais foram escolhidos por 45% dos inquiridos.

A escolha do meio de transporte reflete igualmente esta mudança. O avião continua a ser o mais utilizado (53%), mas 32% dos europeus já optam pelo automóvel, preferindo a flexibilidade, conforto e maior facilidade de acesso a zonas remotas.

Orçamentos mantêm-se apesar da conjuntura

Face à instabilidade económica, 62% dos europeus pretendem manter os seus orçamentos de viagem inalterados até novembro de 2025, enquanto 22% admitem gastar mais, sublinhando a importância que atribuem às viagens.

A faixa de gastos mais comum situa-se agora entre os 1.500 e os 2.500 euros por pessoa, um intervalo médio-alto que regista um aumento de 3% face ao verão anterior. Quando se trata de prioridades no destino, o alojamento (32%) e a gastronomia (24%) surgem como principais áreas de despesa.

As preferências, no entanto, variam consoante a idade. Os viajantes com mais de 45 anos privilegiam o conforto e refeições de qualidade, enquanto os mais jovens — abaixo dos 35 anos — dão maior destaque às experiências, canalizando o orçamento para atividades, compras, bem-estar e melhorias no estilo de vida.

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