O Turismo do Centro de Portugal saúda que, “mais de 50 anos depois, haja finalmente uma solução para uma questão que causava graves prejuízos ao país”. No entanto, a entidade considera que “o Centro de Portugal e todos os que vivem nesta região – a maior do país – têm razões legítimas para se se sentirem apreensivos”.
Em comunicado, a Centro de Portugal afirma que a região “tem múltiplas razões de queixa a nível das acessibilidades. Encarar com seriedade esta questão é fundamental para o desenvolvimento do Centro de Portugal, em todas as áreas de atividade – no turismo, de forma evidente, mas também na indústria, na agricultura e em tantas outras”.
“Um aeroporto que, além de Lisboa, servisse os interesses do resto do país, como era a opção Santarém, teria sido mais adequado para a coesão territorial. Assim, o Centro de Portugal vai continuar a ser a única região do país que não é servida por um aeroporto”, acrescenta a entidade.
Face à decisão, a entidade apela “aos decisores políticos olhem com atenção redobrada para a necessidade de investir nas acessibilidades do Centro de Portugal e que desenvolvam, já a partir de hoje, um plano de mobilidade que sirva de forma adequada todo o território. O Governo sabe que pode contar com a total disponibilidade da Turismo Centro de Portugal para um diálogo construtivo sobre esta matéria”.
A entidade considera que a Região Centro é “mal servida por ferrovia”, considerando que “as obras da Linha da Beira Alta, que se eternizaram, são um exemplo paradigmático desta realidade incontornável”. “Um visitante que pretenda percorrer a região por ferrovia não o consegue fazer de forma aceitável”, ilustra. “A aposta na mobilidade suave, com reforço da linha ferroviária, é essencial”, defende.
Por sua vez, na rede viária, a região conisdera que “é prioritário avançar com a transformação do IP3 em autoestrada, assim como executar o prometido IC31, entre a A23 e Espanha, via Monfortinho, entre outras obras que fazem falta. Não menos fundamental é expandir as infraestruturas de carregamento para veículos elétricos (o Centro é, mais uma vez, muito deficitário na mobilidade elétrica, em especial no interior) e aumentar a oferta de transporte público na região, olhando para esta rede de forma holística e integrada”.