Sexta-feira, Outubro 11, 2024
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GuiAmos. Abrir uma agência de viagens em pandemia: “Acreditamos no nosso valor e no nosso trabalho”

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O sonho de Marisa Mota de abrir uma agência de viagens era antigo, mas várias vicissitudes da vida levaram-na a adiar o projeto. Até que, no final de 2019, depois de ficar desempregada, decidiu, juntamente com a irmã, Rute Mota, dar corda ao projeto de criar a sua própria agência. Depois de um compasso de espera para perceber a evolução da pandemia, abriram a GuiAmos no final de maio na cidade de Paredes.  Marisa tem vinte anos de experiência na área da distribuição e Rute trabalhou nos últimos três anos na Groundforce. Juntamente com Catarina formam a equipa da nova agência.

O setor das agências viagens é, dentro do turismo, um dos mais afetados pela pandemia, mas o cenário não assustou as irmãs Mota. Nos primeiros seis meses de atividade venderam, sobretudo, viagens de lazer. Os clientes da agência têm procurado city breaks na Europa, as ilhas portuguesas, as ilhas espanholas, Caraíbas e Maldivas. “O verão correu bem”, contam, mas desde outubro que se nota uma quebra, animada apenas pela Black Friday que permitiu “fechar bastantes reservas para o próximo verão”. Quanto ao fim de ano, esperavam que corresse melhor, mas as últimas medidas do Governo para conter a pandemia trocaram as voltas ao setor das viagens. “Notámos que houve um passo atrás”, dizem. Em todo o caso, consideram existir “boas expetativas para começar o ano” e têm estado a trabalhar para aumentar a fatia do negócio das viagens corporate, que é um dos objetivos para o próximo ano.

A pandemia trouxe mais desafios aos agentes de viagens e tornou a profissão mais complexa e desgastante. É isso que relatam Marisa e Rute. Hoje em dia, vender uma viagem significa o início de uma aventura, em que não se tem bem a certeza de como irá acabar. “Andamos sempre com o coração nas mãos, porque a informação que damos hoje, pode mudar amanhã e nunca sabemos se o destino vai fechar. Depois é um cabo dos trabalhos, se houver cancelamentos. Explicar estes dois cenários ao clientes também é importante”, referem.

Do lado dos clientes, encontraram novas preocupações relacionadas com a segurança. “Noto uma diferença muito grande do pré para o pós pandemia. Os clientes agora querem sentir-se mais seguros. Comprar online pode parecer mais barato, mas é tudo um cliché porque, se fizermos as contas, não é assim. Agora dão mais importância à segurança e ao facto de poderem cancelar. Se acontecer alguma coisa, têm para onde ligar e têm quem os informe sobre requisitos para viajar. É muita informação que não conseguem reunir, nem se sentem seguros se forem procurar online. Notamos que temos muitos clientes que ficam mais satisfeitos e sentem-se mais confiantes ao comprar na agência, também percebem que deste lado conseguimos passar informação com essa confiança. Trabalhamos para isso”, afirma Marisa Mota.

Ser um bom agente de viagens é, na opinião de Marisa e Rute, entre outras coisas “estar muito bem informado”. “Quando temos o cliente à nossa frente, temos de transmitir confiança na informação que estamos a passar e passar a mensagem que, se alguma coisa não correr bem, o cliente tem sempre alguém deste lado, seja a que horas for, que vai ajudar a resolver o problema”.

Por sua vez, flexibilização é a palavra de ordem. “O que o cliente quer saber, acima de tudo, é o que sucede, no caso de acontecer alguma coisa, como o destino fechar ou testar positivo, o que é que sucede? E quer ter a flexibilidade de poder cancelar mais perto da data. Aconselhamos sempre a fazer o seguro de viagem mais completo. Apesar de encarecer o pacote final, é uma segurança extra para cliente e para nós. Tem corrido bem, os clientes têm optado por esse opção”, conta.

Apesar de ser um agência independente, a GuiAmos integra o grupo de gestão de agências de viagens GEA. A decisão de integrar um grupo prende-se com o facto de “trazer mais-valias que, enquanto agência independente e pequena, não teríamos, nomeadamente a nível de acordos, comissões e parcerias”, referem.

A agência está em fase de conclusão do seu site (www.guiamos.pt) mas conta página no Facebook e Instagram.

Marisa e Rute Mota acreditam no futuro e desistir não é opção. “Sabíamos que ao abrir nesta altura, não ia ser fácil, ficar em casa não é opção, a vida continua. Independentemente da pandemia, o mundo não pára e nós também não podemos parar. Acreditamos que era possível, acreditamos no nosso valor e no nosso trabalho. Não podemos dizer que não está a correr bem”. Além de acreditarem no seu trabalho, Rute e Marisa têm ainda uma história de vida e família que não as deixa desistir. Marisa perdeu o filho de 4 anos vítima de leucemia. Guilherme é agora a inspiração da família para lutar pelos projetos e o seu legado está simbolicamente espelhado no nome da agência (GuiAmos).

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