Sexta-feira, Outubro 11, 2024
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THC & CBD

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Pergunte a um Chefe de cozinha se as ervas fazem parte da sua mise-en-place e a resposta
será um sim redundante. As ervas aromáticas estão enraizadas em todas as “cozinhas” e
muitas delas são raras, exóticas, misteriosas e até…proibidas!

Desde o Coentro, Funcho, Hortelã-Pimenta, Manjericão, Orégão, Malagueta, Salsa, Tomilho e outras mais, todas elas, com maior ou menor afinco, são trabalhadas para fazerem parte de um prato ou mesmo de uma oferta gastronómica na sua globalidade.

E a cannabis?*

Será que é “vista” como uma erva capaz de ser reinventada, estudada e utilizada pelos Chefes nas suas criações culinárias?

A resposta é sim, embora esta nova moda/tendência seja apenas permitida em alguns países onde o consumo é legal e sem restrições como nos Estados Unidos, no estado da Califórnia, onde encontramos alguns dos Chefes mais famosos e “defensores” desta erva para fins recreativos/culinários.

Tudo se resume a uma ideia simples e genial: A criação de uma verdadeira “experiência gastronómica” e que a mesma seja capaz de proporcionar aos comensais algo único e distinto.

Para termos uma ideia um pouco mais clara, as substâncias presentes nesta planta e utilizadas pelos Chefes são o THC (tetraidrocanabinol) e o CBD (canabidiol). O THC é uma das muitas substâncias presentes na planta de cannabis em diferentes concentrações e causa um efeito intoxicante ao desencadear a libertação de dopamina no cérebro (produz a sensação de bem estar e de prazer). O CBD pelo contrário, produz um efeito mais relaxante e de alívio da dor.

Estas experiências gastronómicas, por norma, inserem-se em menus previamente trabalhados e com vários pratos onde, por sistema, nos primeiros, o comensal ingere um total de cinco miligramas de THC e nos seguintes, também um total de cinco miligramas mas, desta feita, de CBD. Este procedimento rigoroso permite assim uma distribuição eficaz e gradual dos efeitos das substâncias nos comensais.

Muitos destes jantares com o intuito de estimular ao máximo os sentidos, incluem peças teatrais e musicais e acabam por ser verdadeiras obras de arte onde o resultado final depende em grande parte do próprio cliente uma vez que o mesmo decide a dosagem de THC e CBO (no máximo até 15 miligramas).

Dizem os chefes que é divertido apreciar o decorrer das refeições dado que, no início da noite, todos estão muito faladores e excitados e no final, todos estão “contentes, risonhos e relaxados” nos sofás e puffs. Uma verdadeira transição de estados de alma!

Nós por cá no NEXT da Savoy Signature, proporcionamos também experiências gastronómicas únicas e, brevemente, daremos a conhecer algo inédito, radical, irreverente mas sem “aditivos” ou “substancias que façam rir”.

*A legalização do uso de cannabis em Portugal é só até ao momento para fins medicinais, foi aprovada em Junho de 2018 e a regulamentação foi publicada em Diário da República no dia 15 de Janeiro de 2019.

Por Ricardo Augusto

É hotel manager do NEXT da Savoy Signature, na Madeira, Founder & CEO da REDE-T, rede de profissionais na área de turismo, hotelaria e restauração.

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